ÍNTEGRA DA ENTREVISTA:
Terra Magazine - O que o senhor acha que essa Operação Navalha vai resultar?
Antonio Carlos Magalhães - É mais um escândalo praticado pelo PT. Seja como for, o beneficiário era sempre o PT. Conseqüentemente, a Polícia Federal andou certo fazendo essa apreensão e deve ainda ver muita coisa mais em relação a outros Estados e municípios.
Mas há pessoas de outros partidos envolvidas também...
Eu acho que quem estiver envolvido tem que pagar o preço. Mas também não é porque é amigo desse camarada, o Zuleido, que o sujeito pode ser tachado de desonesto. Se você é amigo em ligação financeira, isso a Polícia Federal vai pegar. Só não pega se não quiser.
O senhor conhece o Zuleido?
Eu conheço o Zuleido de duas oportunidades. Encontrei com ele num aeroporto quando ele ainda era diretor da OAS.
Mas o senhor tem alguma relação com ele?
Não, nunca tive relação com ele, nem ele trabalhou na Bahia. A não ser numa obra da prefeitura municipal, na rua Manuel Dias da Silva.
Um dos nomes que apareceram agora, no relatório da Polícia Federal, é de seu sobrinho, o deputado Paulo Magalhães (DEM-BA). O senhor já conversou com ele sobre isso?
Não, não conversei não.
Pelo relatório, ele teria recebido R$ 20 mil de um funcionário do Zuleido no próprio gabinete. O senhor não falou com ele sobre esse assunto?
Não. Não teve comigo. E se estiver implicado, tem que pagar o preço. Agora, acho um preço muito barato.
O quê? R$ 20 mil?
Sim (risos).
O senhor acha que deveria ser mais?
Eu não acho que deveria ser mais. Mas R$ 20 mil que recebe suja tanto quanto quem dá (o dinheiro).