Primeiro foi a lancha do empresário Jorge Goldestein que serviu aos secretários do Turismo, Domingos Leonelli; do Meio Ambiente, Luciano Matos; e da diretora geral do CRA, Beth Wagner, em visita de inspeção a área atingida pela tragédia ambiental que matou 50 toneladas de peixes nas localidades costeiras do Recôncavo.

   Agora, revelado por Veja, é a lancha Clara de propriedade do empreiteiro Zuleido Veras, da Guatama, "um espetáculo de 1.5 milhão de dólares com 52 pés e três suites" que serviu ao governador Jaques Wagner, para passear pela Baía de Todos os Santos com a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, coordenadora do PAC.

    Entende-se, até, que não representa um crime utilizar-se de lanchas de empresários com interesses em obras e contratos com o governo, mas, do ponto de vista ético, do ponto de vista moral, trata-se de uma questão grave.

    A desculpa dada de que a lancha de Veras foi alugada por R$5mil soa como uma piada, uma falta de respeito com a inteligência baiana e brasileira.

    Mais relevante ainda em se tratando de representantes do governo do PT, no primeiro caso, e das autoridades máximas do PT na Bahia e no Brasil, no segundo caso, visto que, em seus discursos sempre condenaram essa prática.

    Condenaram só não. Repudiavam, pediam a cabeça das pessoas e assim por diante.
    Daí que, pelo menos do ponto de vista do discurso, essa máscara do PT caiu.