Política

MP QUER RESPONSABILIZAR MÉDICOS PELA FALTA EM PLANTÕES NOS HOSPITAIS

MP estaria usando dois pesos e duas medidas
| 17/04/2007 às 09:12
   Causou surpresa no meio político de oposição a rapidez com que a promotora Rita Tourinho, coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e Moralidade Administrativa do MP, pretende responsabilizar médicos da COOPAMED que teriam faltado a plantões nos hospitais da rede pública de saúde estadual, em virtude da não renovação do contrato da cooperativa com a SESAB, a partir de 2 de maio próximo.

   Segundo a promotora os médicos se encaixam no conceito de agente público e há responsabilidade desses profissionais que faltaram ao serviços e aos dirigentes da COOPAMED.

   Para o presidente da COOPAMED, Paulo Rocha, há uma ação conjunta entre a cooperativa e a SESAB para que a saúde pública não seja prejudicada. A COOPAMED possui três contratos com o governo: dois vencem em maio e o terceiro em 14 de outubro. "O Estado tem que confirmar se médicos trabalharam ou não. Estamos aguardando a solicitação do MP para encaminhar a documentação" - atesta.

   A questão básica é a seguinte: o secretário Jorge Solla, em diversas vezes, disse que os plantões nos hospitais estava normal. Daí que, na visão da SESAB não houve ausência de médicos.

   Para deputados da oposição, o MP e a promotora Rita Tourinho não tiveram a mesma agilidade em realação a SESAB a transparência do concurso, uma vez que esta afirmou que iria publicar o edital para contratação de médicos pelo REDA na mídia impressa de Salvador e do Brasil, e nada disso aconteceu; a data das inscrições foi alterada; o número de inscritos seria 3.280 ou 2.759; as especialidades não foram relacionadas; e o edital diz que os médicos do REDA vão ganhar R$1.837,00 e o secretário fala em R$3.120,00.

   O curioso disso tudo, diz um deputado da oposição, é que o MP não procurou investigar o que aconteceu na SESAB e agora quer processar os médicos da COOPAMED.