A comunidade galega está em pé de guerra
Hospital Espanhol, uma das fortes instituições dos galegos na Bahia (F: ABJ)
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Os galegos baianos (naturais da região da Galícia, Espanha, e seus emigrantes descendentes) estão em pé de guerra.
O último pleito pelo voto direto para eleger a diretoria do Conselho de Residentes da Circunscrição Consular da capital baiana, vencida pela chapa Cidadania em Ação (os Verdes) tendo na cabeça da chapa Álvaro Camiña, sofreu impugnação da chapa Unidad Española (os Brancos), que não aceitou o resultado do pleito.
A impugnação já foi encaminhada ao Ministério das Relações Exteriores, em Madrid, que deverá emitir brevemente um parecer sobre o problema. A solicitação não tem efeito suspensivo e os trâmites da posse de Camiña estão mantidos.
O que causou surpresa, segundo Camiña é que, antes da abertura das urnas, perante a comissão eleitoral presidida pelo cônsul da Espanha no Nordeste, Antonio Polidura, e nas presenças do credenciado da chapa oposicionista, Cidadania em Ação, José Manoel Trigo Durán, e dos membros das mesas, o representante da Unidad Española, Adolfo Bono Muñoz, firmou-se em ata o compromisso de reconhecer como legítima a vontade dos eleitores.
Com 55% dos votos conferidos a Cidadania em Ação o grupo da Unidad Española não se conformou, desconheceu a ata e impugnou a eleição.
ROLO CRIADO
Em espanhol diz-se rollo, bronca, e é o que esá havendo na comunidade galega da Bahia.
Isso tudo aconteceu na véspera da chegada do presidente da Xunta da Galícia Emílio Perez Touriño que esteve na Bahia com uma comitiva constituída por empresários, 18 jornalistas e autoridades galegas. Touriño inclusive foi recebido pelo presidente Lula da Silva.
O que se passa como afirmam os galegos é que a chapa Cidadania em Ação, que representa a direita e tem vínculos com o ex-presidente da Xunta, dom Manoel Fraga, não teria praticado atos legais durante o pleito. A rigor, atestam os vencedores, representa uma choradeira dos derrotados, os Brancos, ou simpatizantes da ala do PSOE, o partido socialista de premier José Rodriguez Zapatero e do atual presidente da Xunta galega, Perez Touriño.
Uma galega que preferiu não por seu nome no Bahia Já disse que nunca houve na comunidade galega baiana uma disputa tão acirrada e com tantos votantes. Destaca que a eleição, até onde percebeu a sua consciência, foi legal e irretocável.