Política

PRESIDENTE DO PT DA BAHIA FAZ REPRIMENDA PÚBLICA A DEPUTADO BASSUMA

Meio político considerou atitude de Galo deselegante
| 15/04/2007 às 20:00
  O meio político baiano considerou deselegante a atitude do presidente do PT da Bahia, Marcelino Galo, em publicar duas vezes um artigo intitulado (Direito à vida e a viver) na Tribuna da Bahia e em A Tarde, reprimindo em público o deputado federal Luiz Bassuma (PT) e ameaçando enquadrá-lo na comissão de ética.

   O deputado Luiz Bassuma escreveu na semana passada um artigo na Folha de São Paulo, no qual defende a manutenção da legislação que considera o aborto como crime. Entende o parlamentar, que é espírita e já incorporou um espírito durante trabalho numa comissão do Congresso Nacional, objeto de matérias em toda imprensa nacional, que a questão (aborto) deve ser analisada observando os seus princípios religiosos.

    Embora não seja católico (a Igreja Católica tem uma posição parecida, porém, mais radical, de acordo com as normas estabelecidas pelo papa Bento XVI) Bassuma sustentou no artigo da Folha exatamente essa concepção à vida no plano religioso.

    O presidente do PT, Marcelino Galo, não gostou do que leu. Destacou, também em artigo, que seu partido impediu a participação de "qualquer parlamentar nosso na famigerada comissão de defesa da vida", da qual, Bassuma além de participar é seu presidente, e lembrou (a Bassuma) que há uma resolução aprovada no 13º Encontro Nacional do PT estabelecendo isso.

   Galo expõe as suas razões e do PT, revela números de abortos realizados no Brasil em condições inseguras (750 mil/ano) e situa que "é necessário que a prática do aborto deixe de ser crime".

   Adiante, completa Galo: "Nós, petistas, esperamos que o presidente Lula reafirme o princípio de seu partido, que reconheça a luta dos movimentos sociais feministas e por direitos humanos e conduza nosso país à adoção dos padrões internacionais de direitos pela vida e continue incentivando iniciativas como a do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, no sentido de garantir assistência social pública para as mulheres em situação de aborto".
   
   Sobre Bassuma ameaça: "Que o nobre deputado se remeta às resoluções partidárias e que se enquadre nelas e fim de representar os votos que recebeu e a sigla à qual é filiado, sob pena de responder em comissão de ética à transgressão cometida até agora".