Política

ACM E LULA FAZEM ENCONTRO POLÍTICO E DEIXAM PETISTAS BAIANOS ROXOS

Veja comparativos dos dois encontros
| 05/04/2007 às 11:04

   Toda vez que o presidente Lula da Silva se encontra com ACM há uma tsunami no PT da Bahia. O pessoal fica roxo de raiva, embora, o encontro de ontem, não teve a mesma repercussão do fatídico jantar na casa de José Dirceu, em setembro de 2004, quando Lula saboreou alguns petiscos com senadores do então PFL, entre eles, ACM, Rodolfo Tourinho, Roseana Sarney, César Borges, Eduardo Siqueira Campos e João Ribeiro.

    Aquele jantar se tornou uma pedra no sapato da candidatura a prefeito de Salvador de Salvador, do deputado Nelson Pelegrino, o qual, concorria com João Henrique e César Borges para ver quem iria para o segundo turno.

     O jantar foi tão amargo para o PT que uma ala mais radical do partido chegou a dizer cobras e lagartos de Lula.

     É claro que aquele jantar não foi decisivo para que César Borges (PFL) disputasse o segundo turno com João Henrique (PDT), até porque, a performance de Pelegrino vinha sendo pífia desde o início da campanha de 2004 e, com ou sem jantar, certamente não iria ao segundo turno.

    Mas, do ponto de vista políticou foi um horror para Pelegrino e até para Jacques Wagner, sobretudo porque, no seu estilo de fazer política, ACM ironizou o quanto pode o PT baiano, a mídia deu uma enorme cobertura ao fato nos planos nacional e local, e Pelegrino sofreu o pão que o diabo amassou.

   Setores do PFL também não gostaram do jantar.  O deputado federal Onyx Lorenzoni (PFL-RS) chegou a apresentar à presidência do partido pedido de abertura de processo para a expulsão do senador Antônio Carlos Magalhães (BA) dos quadros do partido. O pedido chegou a ser aceito com base na resolução do partido editada pela Executiva Nacional em outubro de 2002, que colocou o PFL na oposição ao Governo Lula.

     ACM foi acusado de traição por ter ajudado a promover e participado do jantar e não deu a menor bola, nem para Lorenzoni, a quem considerou de menor valia e acostumado a lhe dar presentes de choriços e outras iguarias gaúchas; nem a Borhansen, seu tradicional adversário no âmbito da legenda.

      Quase três anos depois desse episódio, eis que, Lula e ACM promovem um novo encontro, desta feita no Palácio do Planalto, à base de cafezinho e água, mas, com forte conotação política. Até porque, se o argumento de que ACM estaria apenas fazendo uma visita de cortesia retribuindo o afago que o presidente lhe proporcinou no INCOR, em São Paulo, o encontro teria sido meramente protocolcar, rápido, no máximo 15 a 30 minutos.

      Nada disso. Encontro de 1h30min, deixa de ser protocolar e passa a ser político. E como!

     Daí que o PT baiano, mais uma vez, tenha ficado roxo de raiva, ainda que, as circustâncias são outras: vive-se a entresafra de período eleitoral, Wagner é o governador da Bahia, Pelegrino continua em baixa, o PFL mudou de nome para Democratas e também está se reformatando na Bahia, tudo isso leva à condição de paz e amor, tanto para Lula que deseja a governabilidade do país, e ACM é seu pior adversário na oposição; quanto para ACM que deseja reorganizar suas forças na Bahia e até agora não conseguiu estabelecer quem será o novo presidente da legenda no Estado.

      De toda sorte, um encontro dessa natureza, com adicionais que poderão acontecer no decorrer do tempo, a depender da postura de cada qual, terá reflexos na política baiana, a curto prazo, a médio alcance, e quiçá nas eleições municipais de 2008. PT e DEM gostariam muito de assumir o comando da Prefeitura de Salvador, uma espécie, de pérola da coroa.

     Daí que, embora cedo para conjecturas políticas, tudo será possível em 2008.