Política

ASSEMBLÉIA MANTÉM VETO DO GOVERNADOR A PROPOSTA DOS EVANGÉLICOS

Evangélicos querem programar protestos
| 21/03/2007 às 19:03
   Depois de muitas manobras regimentais e acalorados debates articulados
pela bancada da minoria, os governistas na Assembléia Legislativa
conseguiram, na sessão que se estendeu pela madrugada e manhã desta
quarta-feira, manter o veto do governador Jaques Wagner ao projeto de
autoria do ex-deputado Eliel Santana (PSC) que dispõe sobre a relotação
do servidor público que atue como ministro de confissões religiosas.

  Também por 37 votos contra 7 foi mantido o veto do governador Wagner ao priojeto do deputado Luis Augusto (PP) que alteraria os limites de Água Fria/Inhambupe. O governador considerou - com base em análise de sua Procuradoria Geral - que o projeto era inconstitucional. Água Fria tinha um enorme território e foi desmembrado de Irará, assim como Serrinha já pertenceu a esse mesmo município.

EVANGÉLICOS 

  Já o projeto de Eliel Santana (PSC), hoje, suplente do senador João Durval e aliado do atual governo buscava facilitar os trâmites administrativos para efetivação da transferência do servidor público que atue como ministro religioso, bem como a transferência do seu seu cônjuge, foi vetado pelo governador por entender que também era inconstitucional.

   De acordo com parecer da Procuradoria Geral do Estado, a proposição de
Eliel Santana incide em descumprimento ao princípio constitucional da isonomia, na medida em que estabelece tratamento diferenciado a servidores públicos.

    Esta interpretação não convenceu a bancada de oposição e os representantes das igrejas evangélica na Casa. O veto do governador Jaques Wagner, foi seguido com muita dificuldade e cautela pelos situacionistas, cujo líder Waldenor Pereira (PT) vacilou em liberar seus pares para a votação, temendo ser novamente derrotado com
a "traição" de seus comandados, a exemplo do que ocorreu na votação do
projeto que obriga o estado a dar atenção específica aos autistas do
Estado.

    Mesmo pertencente à bancada do governo, os deputados evangélicos Maria
Luíza (sem partido, mulher do prefeito João Henrique Carneiro), Ângela
Souza (PSC) e o pastor Carlos Ubaldino (PSC) votaram com a banca da
oposição. Já o também evangélico Sérgio Passos (PSDB) preferiu ser contra
seus irmãos de fé e votou pelo veto do governador Jaques Wagner.

    Para o deputado Tarcízio Pimenta (PFL), o veto ao projeto do
ex-deputado Eliel Santana significa " que a bancada de sustentação do
governo na Assembléia, bem como o próprio governador Jaques Wagner,
passaram a considerar os evangélicos baianos como seus arqui-inimigos
: não querem mais os seus votos", enfatizou o parlamentar.

    Numa reação em cadeia dos evangélicos baianos , deputados governistas,
a exemplo de Zé Neto (PT), que em rasgados discursos sustentaram o veto
do governador, embora tenham sido eleitos também com a contribuição
dos votos generosos de milhares de evangélicos, passaram a ser vistos
como traidores pelos ministros das igrejas evangélicas, em toda a
Bahia.