Quem acompanha política sabe, perfeitamente, que comissões parlamentares de inquérito não chegam ao final com relatórios que definem punições e responsabilidades judiciais. Mas, também sabe que causam estragos nos políticos e ganham muito destaque na mídia, em alguns casos, até apagando a atuação da Assembléia (e do Congresso Nacional) no seu trâmite normal.
A situação já tem assinaturas para instalar a CPI da Ebal; e a oposição assinaturas para instalar a CPI do crime da saúde que aconteceu no âmbito da Secretaria de Saúde do Município de Salvador. Nesse jogo político os alvos estão bem definidos: o ex-governador Paulo Souto que é forte concorrente à eleição, em 2010; e o governador Jacques Wagner que deverá ir para reeleição ou disputar a presidência da República.
No último caso, comenta-se nos bastidores, que se Wagner não conseguir esse objetivo tem um nome preferencial para indicar como candidato a governador da Bahia, em 2010, qual seja o do seu secretário da Agricultura, Geraldo Simões. 
Daí que a oposição está ansiosa para instalar uma CPI do cacau, exatamente, para atingir Simões, uma vez que ele foi acusado por um técnico da Ceplac de ser o responsável pela disseminação do virus da vassoura-de-bruxa que arrasou as plantações de cacau no Sul da Bahia e levou à produtividade a taxas baixíssimas conduzindo à bancarrota vários produtores rurais.
Ademais, tem causado espécime o comportamento de Simões, o qual, sem apontar ainda qualquer projeto para o setor agropecuário centralizou suas ações em denunciar a EBDA e gestões do seu antecessor na secretaria, Pedro de Deus. Simões até criou certo constrangimento quando ironizou o combate à erradição da febre afotosa no estado, o que aconteceu no governo Souto.
Ou seja, Geraldo Simões está falando mais de política do que de agronegócios e agricultura familiar que é o programa base do atual governo.

CRIME DA SAÚDE 

Já no crime da saúde o propósito, além de desvendar a caixa preta dos contratos da gestão plena, é atingir o secretário de Estado da Saúde, Jorge Solla, o qual recomendou a vinda de Tânia Pedroso para a Bahia, e, óbvio, atingir o coração do governo que é Wagner.

CASO DA EBAL

No caso da Ebal, a mesma coisa, o propósito além de por em cheque um dos programas mais populares criados pelo carlismo (A Cesta do Povo) é alcançar Paulo souto e, não necessariamente, ACM, uma vez que este será candidato a reeleição ao Senado e Souto a governador. (TF)