Está em movimento uma articulação política que poderá (ou não) fortalecer o PMDB na próxima eleição municipal, em Salvador, desde que o prefeito João Henrique, hoje no PDT, decida ingressar no partido dirigido na Bahia pelo deputado Gedel Vieira Lima.
João Henrique é um político sagaz, sabe de suas potencialidades em Salvador no caso de uma reeleição, e não vai dourar a pílula do PMDB assim tão rapidamente.
Poderá fazê-lo, creio,  em doses homeopática, até porque precisa testar como se dará essa aliança sabendo ele da personalidade dominadora de Gedel.
O processo - segundo se comenta nos bastidores do Tomé de Souza - será lento e gradual, como aliás já deu a primeira demonstração desfiliando a deputada Maria Luiza, sua esposa, do PDT, mas, sem que a mesma ingresse numa nova legenda.
Eventualmente, como ela própria já disse à imprensa, há simpatia em relação ao PMDB, mas, nada ainda definitivo, batido o martelo.
Por sua vez, o deputado Gedel já sinalizou também através da imprensa que gostaria de ter a deputada Maria Luiza, porque em política não se rejeita apoios, porém, sua atitude é de trazer a maioria da família Carneiro, entendendo-se o prefeito João Henrique, a deputada Maria Luiza e o senador João Durval.
O deputado federal Sérgio Carneiro não entraria nessa articulação visto que disputará a eleição para prefeito, em Feira de Santana, e lá na princesa do sertão o PMDB local alinha-se com o deputado Colbert Martins Filho, o Colberzinho.
De toda sorte, João não tem pressa. Está no cargo de prefeito, comanda uma aliança com 15 partidos, sente-se confortável nessa situação e poderá decidir sua ida ao PMDB somente em 2008.
Sobre essa postura haverá também outros contornos políticos a depender da posição que Gedel Vieira Lima ocupará no governo do PT, um ministério de preferência.
O quadro, portanto, é ainda muito nebuloso e João Henrique moveu apenas a primeira pedra. (TF)