Governo está perdido em sua área de comunicação. Segundo Cláudio Humberto, em sua coluna, quem mandou por um engenheiro eletricista no setor!
Dois artigos publicados em A Tarde (hoje, 27/02/07) assinados pelo ex-deputado Emiliano José e pelo secretário de Turismo do Estado, Domingos Leonelli, ambos técnicos em comunicação social, revelam que o governo do Estado está esboçando reações mais equilibradas e até sensatas em relação ao aumento da violência durante o período do último Carnaval, em Salvador, e o comportamento do governador Jacques Wagner exposto através de imagens do youtube e outros sites.
Emiliano é mais sutil ao abordar os livros de Asne Seierstad - O Livreiro de Cabul e 101 Dias em Bagdá - destacando o trabalho de faro fino dessa jornalista/escritora e deixa seu recado nas entrelinhas, óbvio defendendo o atual governo do estado, ao afirmar que "o jornalismo nessa extraordinária repórter norueguesa tem vida, emoção. Tem opinião. Não se traveste de imparcial. Sabe que a atividade é sempre interpretação".
E conclui: "Que ela sempre revela o mundo a partir de um ponto de vista. Se a cobertura (sic) fosse sempre assim, transparente, que não se escondesse atrás de uma máscara de neutralidade, talvez pudessemos ter um jornalismo mais verdadeiro, que deixasse aos leitores, telespectadores e ouvintes o julgamento".
MAIS DIRETO
Já Domingos Leonelli, que também foi secretário de Comunicação no governo Lídice da Mata (1993/96, em Salvador), destaca que quando foi deputado federal participou das discussões sobre "a regulamentação da comunicação social e travei com meu amigo, então deputado, Aloisio Ferreira, um acrirrado debate sobre a idéia da classificação delituosa da manipulação da notícia e informações".
Em seguida, cita que se a Rede Globo quissesse, por exemplo, "numa hipótese absurda" desrtuir a imagem do deputado Luis Eduardo Magalhães teria êxito desde que abordasse o ângulo de que LEM era um tabagista enveterado. Mas, ressalva Leonelli, não corresponderia a "realidade real, mas sim a uma realidade virtual".
Leonelli deixa seu pensamento nas entrelinhas, também óbvio que o mesmo aconteceu com Wagner no Carnaval em sentido contrário (a Globo teria destacado mais a imagem virtual do que a real) para concluir que, o Carnaval de Salvador, apesar da violência do cotidiano, fome, etc, "é a alegria do povo baiano contagiando centenas de turistas que nos visitam".
COMENTÁRIO BAHIA JÁ
São dois pontos de vista postos ao debate, oportunos até para um governo que não tem uma comunicação social com cara definida, os quais, embora com senso crítico apurado e conceitos próprios de que entende da matéria, não invalidam a postura da imprensa local e nacional que tem se comportado como manda o figurino da contemporaneidade, de expor os dois lados dos fatos. Esse pessoal que estava acostumado a ser estilingue, de repente, quando passa a ser vidraça entende que a imprensa deva se comportar de forma dócil e engajada.