Política

SOUTO REAFIRMA QUE A BAHIA ESTÁ À MARGEM DOS INVESTIMENTOS FEDERAIS

Paulo Souto faz análise com base no documento Programa de Aceleração do Crescimento 2007/2010.
| 23/02/2007 às 13:05
O ex-governador Paulo Souto em seu segundo artigo sobre o PAC e a Bahia, publicado em A Tarde (hoje, 23/02/07) reafirma que a Bahia embora sendo o mais importante estado nordestino "com índices de crescimento bem superiores à média nacional, tem sido colocado à margem dos principais investimentos federais previstos para a região", de acordo com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, 2007/2010.
Souto destaca que em relação à infra-estrutura energética, a construção de duas hidroelétricas no São Francisco, Ricaho Seco (240MW) e Pedra Branca (320MW) "é muito pouco provável que se concretizem em um prazo curto". Sobre a linha de transmissão Ibiocara/Mucugê destaca que hoje a Coelba e o governo do Estado (se refere, óbivo, a sua época como governador) já estão concluindo uma linha de transmissão, "destinada a permitir a expansão da irrigação do pólo Mucugê-Ibicoara, um dos mais prósperos do Estado".
PETROQUÍMICA
Sobre as áreas de refino e petroquímica o ex-governador salienta que "mais uma vez as notícias não são boas para a Bahia" confirmando-se a decisão política do governo federal de apoiar em PE a construção de uma planta PET, essencial para o Pólo Têxtil do Nordeste, "tendo projeto semelhante sido apresentado por um conjunto de empresas em Camaçari". Ou seja, a Bahia foi preterida.
PROJETOS DE IRRIGAÇÃO
O ex-governador situa que "a situação da Bahia também não é favorável em infra-estrutura-hídrica" pois dos R$12 bilhões previstos, R$6.5 bilhões se destinam ao projeto de transposição do Rio São Francisco, "que não prevê qualquer investimento para a Bahia". Souto tem se posicionado contra o projeto da transposição e lamenta que "em relação a barragens e grandes adutoras de água bruta das oito obras previstas no PAC nenhuma será na Bahia.
Diz ainda em seu artigo que "não parecem animadoras as decisões do PAC quanto aos projetos de irrigação para a Bahia". Descreve que interrompidos há 4 anos os projetos do Baixio de Irecê (54.000 hectares) e Salitre (32.000 hectares) "constam da programação do PAC através de PPPs, uma modalidade que o governo federal não conseguiu implantar mesmo em projetos mais simples".

COMENTÁRIO

O segundo artigo do ex-governador Paulo Souto sobre o PAC e a Bahia revela que ele não dará tréguas a postura do governo Lula em relação ao Estado, sustentando, assim, a sua posição de que houve uma situação preconceituosa (no plano político) em relação ao Estado que era governado pelo PFL.
Com isso, também, Souto oxigena sua posição política no Estado, reafirma pontos que considera fundamentais - contra a transposição do Rio São Francisco; a favor de mais investimentos na infra-estrutura rodoviária, energética, etc, para que o Estado se mantenha em desenvolvimento nos níveis que deixou, e põe um calço na administração Wagner na medida em que, até agora, o novo governo não deu demonstrações de que tem projetos transformadores a executar.