Política

WAGNER CONDENA IMOLAÇÃO DO PT E DIZ QUE É HORA DE TRABALHAR PELO POVO

O PT comemora seus 27 anos no Othon
| 09/02/2007 às 12:16
Enquanto o senador ACM condena a proposta de alguns segmentos do PT (matéria publicada em O Globo com o título Ala do PT quer Lula com poder de chamar plebiscito) pela perpetuação do presidente Lula no poder, o que seria factível, inicialmente, com um terceiro mandato a partir de 2010, o governador Jacques Wagner destaca que o principal desafio do PT é se fortalecer para a sucessão presidencial em 2010, quando pela primeira vez não terá o presidente Luiz Inácio Lula da Silva candidato.
Esse é um dos dilemas do PT que está sendo discutido hoje, em seminário internacional na capital baiana e também amanhã, na fase interna do partido, durante as comemorações dos 27 anos da legenda partidária. Para o senador ACM, um dos críticos mais duros do PT no Congresso, não há sinais de democracia no projeto do PT.
WAGNER NÃO ASSINA
Ex-ministro de Lula e estrela ascendente no PT, Wagner se recusou a assinar documento do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que na versão inicial criticava a "corrupção programática" nas direções petistas.
"O voto popular deu a ressurreição do PT, mas fomos eleitos para fazer mais pelo povo e não para ficarmos nos imolando em praça pública", disse Wagner em entrevista à Reuters.
Mencionado em todas as listas de possíveis candidatos do PT ao Planalto - junto com a ministra Dilma Rousseff e a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy -, Wagner recusa a indicação dizendo que tem "de cuidar da Bahia". Esse debate deve esquentar depois das eleições municipais de 2008.
"O problema não vai ser a falta do Lula como candidato, mas a disputa interna que vai haver para escolher o candidato", antecipa Wagner. Para o governador baiano, o PT deve considerar também a possibilidade de aliados como os governadores de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), além do ex-ministro Ciro Gomes (PSB), todos amigos de Lula, serem lançados dentro da base governista.
"O presidente Lula vai influir, mas não vai impor um nome ao PT", acrescentou.