Numa das eleições mais disputadas da Câmara dos Deputados, o petista Arlindo Chinaglia derrotou o comunista Aldo Rebelo, em segundo turno, pelo placar de 261 votos a 243. A base aliada do governo Lula está dividida e deverá reunir os cacos a partir desta semana para dar sustentação ao governo.
A eleição transcorreu num clima bastante emotivo com discursos dos três candidatos, especialmente o de Aldo, recheados de citações em defesa da democracia e de um Brasil que valorize o Congresso Nacional. Aldo sentiu-se - revelou isso em sua fala - senão traido por Lula, mas, desprezado, ao citar que esteve com o presidente atual em oito campanhas políticas.
No primeiro turno, Arlindo Chinagli obteve 236 votos contra 175 de Aldo. Gustavo Freut do PSDB do Paraná conseguiu amealhar 98 votos. Por aí, os partidários de Chinaglia sentiram que o jogo estava feito e sua vitória seria garantida no segundo turno, uma vez que o PSDB não transferiria todos os votos para Rebelo, como de fato não ocorreu.
Houve uma cristianização de Freut (para usar um termo da política do tempo mineiro de Cristiano Machado) por parte dos tucanos que mantiveram o voto em Chinaglia no primeiro turno, fazendo com que Freut não atingisse os 120 votos previstos.
ACORDO NA BAHIA
A rigor, a jogada feita pelo deputado Jutahy Magalhães há duas semanas, quando disse que o PSDB (ou parte dele) iria com Chinaglia e depois teve que voltar atrás pressionado pelos caciques do partido, Tasso Jereissati e FHC, ficou no dito pelo não dito e a turma de Jutahy votou mesmo em Chinaglia no primeiro turno e também no segundo, ampliando desta feita o número de votos.
De certa forma, estaria envolvido nessa articulação um acordo de Jutahy com o governador Jacques Wagner para que este apoiasse Marcelo Nilo (PSDB) como candidato a presidência da Assembléia na Bahia, martelos batidos e honrados, tanto Jutahy mantendo os votos que conseguiur angariar no PSDB nacional para Chinaglia, quanto Wagner manteve sua palavra de apoiar Marcelo Nilo e não autorizar que candidatos do PT na terra da axé se lançassem candidato.
PERDE ACM NETO E ALELUIA
Este tarde, ACM Neto falando ao correspondente do BahiaJá em BSB disse (no intervalo da eleição do primeiro para o segundo turno) que a vitória de Aldo estaria dependendo do PSDB, mas, sabia o deputado que isso seria difícil uma vez que conversou nos bastidores com Jutahy Magalhães e o deputado José Carlos Aleluia e estes foram informados de que Chinaglia estava com a vitória garantida.
BAHIA FORA DA MESA
A representação da Bahia está fora da mesa. O primeiro vice-presidente é o tucano ligado ao governador Aécio Neves, Nárcio Rodrigues (importante apoio para Chinaglia); o segundo vice o pefelista Inocêncio Oliveira; a primeira secretaria ainda está em disputa; a 2ª sec com Ciro Gomes (PP/PI), a 3ª sec com Valdemir Moka (PMDB/MG); e a 4ª sec com José Carlos Machado (PFL/SE)