Ótimo resultado, pelas circunstâncias, pelos três pontos; são sete jogos sem perder do rival, mantendo o tabu na Fonte, o torcedor de alma lavada, sobretudo pela garra, a entrega de todos em campo.
ZedeJesusBarreto , Salvador |
18/05/2025 às 18:39
Erick Pulga subiu e fez golaço de cabeça marcando 1x0
Foto: Rafael Rodrigues
A despeito de ter jogado toda a primeira etapa e mais da metade da segunda com um jogador a mesmo (por conta da expulsão de Jean Lucas aos 3 minutos de jogo) o Bahia conseguiu uma importante e exemplar vitória sobre o rival rubro-negro, 2 x 1 no clássico, jogando melhor e com inteligência, subindo na tabela de classificação – agora com 15 pontos ganhos e ocupando o 6º lugar. O Vitória, com 9, dorme em 16º. Foi um jogo disputado e ganho mais na raça, na vontade que na bola.
O Bahia fez um primeiro tempo melhor, teve mais o controle das ações, impôs seu toque e saiu vencendo, 1 x 0, com um gol de cabeça do baixinho Pulga. O Vitória voltou à toda na segunda etapa, em busca do resultado, na pressão, na correria, bolas alçadas e Kayzer empatou; mas Rogério Ceni renovou as forças, a defesa rubro-negra bateu cabeça e Michel Araujo, que acabara de entrar, fez 2 x 1. Daí, Pepê fez bobagem, mal tinha entrado, foi expulso e o jogo ficou equilibrado, 10 x 10 em campo, o Tricolor já administrando a vantagem.
Ótimo resultado, pelas circunstâncias, pelos três pontos; são sete jogos sem perder do rival, mantendo o tabu na Fonte, o torcedor de alma lavada, sobretudo pela garra, a entrega de todos em campo.
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Na Fonte Nova
- Domingo de tempo instável, relvado nos trinques, arquibancadas tri-coloridas com mais de 45 mil presentes, clássico, sem prognósticos, rivalidade à flor da pele.
- Rodada 9ª, a briga na tabela de classificação. O Bahia tem 12 pontos, em 8º, o Vitória com 9 pontos em 12º. O tricolor vindo de três resultados negativos, mas há seis clássicos não perde, e o rubro-negro de dois triunfos. Os treinadores se conhecem bem, duas equipes em campo com propostas de jogo diferentes. O Leão é mais agudo, o Esquadrão troca mais passes.
- Roupagens: O Bahia de camisetas brancas, calções azuis, meiões vermelho; o Vitória com camisas listradas, em verticais, vermelho&preto, calções brancos.
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Com bola rolando ...
- Com 2 minutos, Baralhas se esbarra em Jean Lucas, o atleta do Bahia bate com os punhos no ombro do rubro-negro pra se livrar, Baralhas cai, encena e o VAR chama: o árbitro decide expulsar Jean Lucas, aos 3 minutos de jogo, entendeu como um soco, agressão. Prejudicaria o espetáculo. O normal seria cartão amarelo para os dois atletas. Mas... as arbitragens brasileiras.
E haja falta, pegada forte... arbitragem frouxa. Um clássico comprometido, de saída. Memo com um a menos, o Bahia era melhor, tinha a bola no pé.
- Gol! 1 x 0 Bahia, aos 23min. Pulga, de cabeça, após troca de passes e cruzamento ou passe de Caio Alexandre, antecipando-se à zaga, acertando o canto.
E começou a chover. Com um atleta a mais em campo e levando 1 x 0 o Vitória teria de sair pro jogo, atacar. Só dava Bahia, controlando as ações. Aos 37’, saiu Baralhas (entrou apenas para expulsar um jogador do Bahia?), entrou Erick; Carpini põe mais um meia atacante, tenta equilibrar as ações no meio-campo.
- Aos 45’, primeiro chute com certo perigo do Rubro-negro; Osvaldo, de fora da área, fora, assustando o goleiro Marcos Felipe. O Vitória já conseguia equilibrar, atuando mais no campo adversário.
A despeito de ter atuado toda a primeira etapa com um atleta a menos, o Bahia foi melhor, teve mais posse de bola, tramou e articulou melhor. Um Leão afobado, envolvido, meio perdido; só foi equilibrar já nos minutos finais, mais inteiros fisicamente. A segunda etapa é outra história. O Tricolor teria pernas para manter o ritmo e se impor, com um a menos? Ao Leão caberia ir pra cima, na correria.
Segundo tempo – Carpini pôs o veloz Mosquito no lugar de W Rato. Ao ataque, pois. A chuva continuava. Ceni tirou Lucho e pôs o garoto Tiago. Aos 3 minutos, depois de uma bola perdida por Cauly, Kayser deixou Erick de cara, limpo, chutou fora, desperdiçando a chance do empate. O Leão na pressão, inteiro no ataque, a alçar bolas na área tricolor. Aos 5’, bola na trave e defesa de Marcos Felipe.
Outro panorama. Nos primeiros minutos, só deu Leão, ganhando as divididas, os rebotes. O Tricolor sem conseguir sair de trás.
- Gol! 1 x 1 Vitória! Kayser, escorando na linha d apequena área uma bola alçada de falta da esquerda. A defesa do Bahia parou, pedindo impedimento. Aos 9 min. Gol legal.
Ceni pôs Erick no lugar de Cauly e Acevedo, mais marcador, no de Caio Alexandre. Aos 16’, Kayzer tentou da entrada da área, a bola desviou na marcação, escanteio. Na sequência, Erick arrematou, Marcos Felipe espalmou bem. O Leão em cima. O Bahia não conseguia encaixar um contragolpe. Michel Araujo em campo, saiu Everton Ribeiro. Daí...
- Gol 2 x 1, Michel Araújo, que tinha acabado de entrar. Aos 21min. Bate-rebate na área rubro-negra, a defesa cochilou e o uruguaio tentou duas vezes, desempatando o clássico, na raça.
Com o gol levado, Carpini agiu: pôs Pepê e Janderon em campo, saíram Ryller e Osvaldo. Aos 25’, Pepê, que acabara de entrar, envolveu-se num embrulho com Acevedo, enroscados, o rubro-negro deu um murro no joelho de Acevedo que encenou, claro. Expulso Pepê. Então, daí as duas equipes com 10 atletas em campo.
- Aos 29’, Marcos Felipe deu rebote num chute forte, de longe, Claudinho pegou a sobra e bateu, Marcos Felipe apareceu bem. Aos 32’, saiu Pulga, exausto, autor do primeiro gol, entrou William José.
- Com o placar desfavorável e mais inteiro o Leão com postura adiantada, cinco atacantes, buscando o gol (Carlos Eduardo, outro atacante, saiu Claudinho, o lateral). O Bahia mais fechado, sem pressa, marcando, valorizando a posse de bola, apostando no contragolpe. Equilibrado, imprevisível, aberto. O Vitória insistindo nas bolas altas, escanteios seguidos. O árbitro acrescentou 7 minutos ao tempo normal. Aquela pressão final. Antes do apito final, Juba arrancou no contragolpe, entrou de cara e perdeu, bateu pra fora. A torcida fez a festa, um triunfo importante, com um jogador a menos.
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Destaques
Pulga, disparado, fez um gol e participou do segundo; Cauly e Everton pelo primeiro tempo; O miolo de zaga – D Duarte e Mingo, seguros. Marcos Felipe fez umas três ótimas defesas. Acevedo e Michel Araujo entraram muito bem. Rogério Ceni acertou a mão, soube suportar e vencer.
- No Vitória, Ronald, Kayzer... Um futebol coletivo pobre do Rubro Negro. Mesmo com a vantagem de um jogador a mais não teve estratégia para furar o bloqueio, só bolas alçadas.
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Ficha técnica
- O Bahia escalado por Rogério Ceni: Marcos Felipe, Gilberto, David Duarte, Ramos Mingo e Juba; Caio Alexandre, Jean Lucas, Everton Ribeiro e Cauly; Pulga e Lucho.
- O Vitória do treinador Carpini: Lucas Arcanjo, Claudinho, Halter, Edu e Jamerson; Ryllaer, Baralhas, Ronald e W. Rato; Osvaldo e Kayzer.
- No apito, o catarinense Ramon Abatti Abel.
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Na sequência
- O Bahia joga no meio de semana contra o Paissandu, na Fonte Nova, quarta-feira, às 21h30, no segundo e decisivo confronto pela Copa do Brasil. O tricolor venceu em Belém, 1 x 0.
O Vitória recebe o Santos, domingo, no Barradão, pela 10ª rodada do brasileirão.
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Outros jogos da rodada
- Ceará 2 x 0 Sport Recife; Vasco da Gama 3 x 0 Fortaleza; São Paulo 2 x 1 Grêmio
Corinthians 1 x 0 Santos; Juventude 1 x 1 Fluminense; Flamengo 0 x 0 Botafogo (em andamento). E segue:
- RBBragantino x Palmeiras; Cruzeiro x Atlético Mineiro; Internacional x Mirassol.
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CBF, tudo ‘na mesma’
Essa semana será decisiva para os rumos da CBF e do futebol brasileiro – eleições marcadas para o dia 25, nesta terça chapas definidas. Pinta como ‘candidato imbatível’ um tal Samir Xaud, de Roraima, médico, 41 anos, que foi presidente da Federação Estadual/Roraima. Já teria o apoio de 25 federações e de 10 clubes. A chapa já está registrada na CBF, pode até ser a única. As ‘negociações’ e armações obscuras estão em curso. Ronaldo Fenômeno, que já foi ‘candidato’ e gorou, bradou, dizendo que a ‘treta’ continua, e que nada vai mudar, pois. Pobre futebol brasileiro, a cara do país.