Esporte

BAHIA RETOMA A LIDERANÇA DO FUTEBOL DO NORDESTE COM DOIS TIMES NA A

ZédeJesusBarreto comenta que sirva de motivação para uma nova era no futebol da Bahia
ZedeJesusBarreto ,  Salvador | 10/12/2023 às 18:30
O Bahia em boas mãos com Rogério Ceni
Foto: Felipe Oliveira

 Findo o calendário 2023, objetivos alcançados pela dupla Ba Vi - um se manteve na primeira como era a missão, o outro acabou campeão da série B – basta de zoações e  comemorações. É hora de fazer um balanço sério dos erros, acertos e limites, de cada um, e planejar, projetar o ano 2024, cheio de competições: - o indigente baianão, o rentável Nordestão, a vitrine da Copa do Brasil, além da difícil e mais importante delas, Série A.

   Outras leituras. Cada uma dessas competições tem suas próprias características, elas exigem formas de jogar, jeito de encarar diferenciados, por conta de viagens, dos gramados, adversários, climas, arbitragens, estratégias de jogo. A temporada vai exigir elenco, determinação, competência, ou ficamos nesse sobe-e-desce a cada ano, o torcedor na sofrência, coração pocando até o final. Que a subida dos rivais para a primeira divisão traga uma nova mentalidade, mais profissional, mais civilizada, competente.  Pensar no amanhã, numa nova era para o futebol baiano, na retomada de hegemonia regional. Mais pra cima apenas o Fortaleza está na Primeira, nenhuma equipe pernambucana.

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 A primeira providência, esperamos que já tomada, é avaliação criteriosa dos elencos. Manter uma base, posta, e saber definir quem fica e quem sai. Investir bem apenas em  reforços que valham a pena, que acrescentem. Um ponto positivo é a manutenção dos treinadores; o vitorioso Leo Condé e o carismático Rogério Ceni, já conhecedores do que têm às mãos. Com eles, a responsabilidade da montagem de equipes competitivas e... talentosas. 

Talento, sim. O torcedor baiano, exemplar nas arquibancadas – um média de público fantástica na Fonte e no Barradão -, esse torcedor merece um futebol melhor de se ver, mais qualidade técnica, talentos em campo, o ‘craque’, o ídolo. O Bahia, agora SAF/City, tem mais dinheiro pra gastar, o Leão precisa saber gastar, caprichar nas escolhas. Nem, sempre é o dinheiro que conta.

 As cartas estão na mesa.

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  Avaliações

  No Bahia, sete atletas acabam seus contratos neste fim de ano: O goleiro Danilo Fernandes (veterano, machuca muito), o meia argentino Mugni (anunciou saída em busca de novos buenos aires), o garoto Vehron (que não jogou com Ceni, merece oportunidade), o atacante Mingotti (fraco), o becão David Duarte (deu conta do recado quando entrou), o goleiro Clauss (chega) e o ótimo volante uruguaio Acevedo, do grupo City, que estourou ligamentos do joelho na partida contra o Galo e vai pra cirurgia.

 No mais, o elenco: o goleiro Adriel, baiano, veio do Grêmio, jovem e alto, precisa jogar; o goleiro Marcos Felipe tem contrato até 2027 – altos e baixos; Os laterais Gilberto e André, mais o Cicinho que tem contrato até final de 2024 mas o torcedor não o aprova. Do lado esquerdo, o bom uruguaio Camilo Cândido, o garoto Ryan (precisa entrar) e o desconhecido Caio Roque; Matheus Bahia deve ser negociado. No miolo de zaga o voluntarioso Kanu, o cansado, superado Vitor Hugo, o aprovado Gabriel Xavier, mais David Duarte e Marcos Vitor (pouco jogou).

  No meio campo, a raça de Rezende, Thaciano e Cauly como destaques, os dispensáveis Yago e Citadini, mais o promissor Diego Rosa e o talentoso Juba. O time carecemos de um grande meia, organizador, líder, o ‘dono’ da bola. Na frente, os maiores buracos: Biel, o melhor, e o velocista (e perdedor de gols) Ademir. Ratão foi sub-aproveitado. Jacaré ainda rende?,  Everaldo é um fiasco. O Tricolor precisa de centroavantes – fortes, brigões, velozes, finalizadores.  

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 A Toca do Leão

No Vitória, é hora de trocar o chip. Série A é outro patamar, tem outro estilo de jogo, outros critérios de arbitragem e uma exigência técnica, tática e de postura diferente. Leo Condé e toda a equipe de profissionais do futebol rubro-negros sabem disso, é só buscar, achar os caminhos. Devem chegar uns 12 novos atletas contratados, anunciou o vitorioso presidente Fábio Motta. Dois já estão sendo anunciados: o apoiador Willian Oliveira, que atuou pelo Goiás, e o avante Caio Dantas, do Vila Nova. Atletas fortes, guerreiros, mas nenhum craque.

 O elenco-base tem bons valores. O goleiro Lucas Arcanjo, por exemplo. O zagueiro Wagner Leonardo, o meio-campista Rodrigo Andrade, Mateusinho... aprovados. O lateral Zeca fica, aguenta? E o becão Camutanga? Os zagueiros Marco Antonio e João Vitor sempre dão boa resposta. Dudu, raçudo, aprovou, o avante Iury também. Matheus Gonçalves e Zé Hugo precisam mostrar mais. E o que fazer com os veteranos Gamalho e Osvaldo, suportariam a jornada?

  Estão fora o goleiro Dalton, os meio-campistas Gegê e W. Nem e o avante Wélder. Na corda bamba: o goleiro Thiago, o defensor Yan, os laterais Railan, Marcelo e Edson Lucas (esse melou na negociação de renovação), mais os meio-campistas Leo Gomes, Jhonny, Dionísio e Giovanni. Cabe investir numa renovação significativa, qualitativa sobretudo. Ao trabalho, pois.

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 A reapresentação de Bahia e Vitória acontece depois do dia 5 de janeiro. No meado do mês começa o ‘baianão’. Vão começar a disputa com time B, alternativo, de reservas? O Leão quer brigar pelo título, voltar a disputar o troféu. Merecíamos mais um ou dois times da capital no Campeonato Baiano – Ypiranga, Galícia, Botafogo, Leônico ... -, só enriqueceria a competição.

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      A CBF de Ednaldo e a Seleção de Diniz  

     A entidade maior do futebol brasileiro, a CBF, está sob intervenção judicial. A Justiça do Rio anulou as eleições que puseram o baiano Ednaldo na presidência e o nomeado interventor tem 30 dias para realizar novas eleições. Ednaldo jura que vai ser candidato e pode se eleger de novo porque armou financeiramente um circo que lhe rende votos a rodo. O eixo Rio-São Paulo, entretanto, que retomar o controle, escorando ‘o baiano’, que se deu bem, engordou no cargo, em todos os sentidos.  

   Uma mudança de comando na CBF atinge de pronto a Seleção Brasileira, hoje sob comando ‘interino’ do treinador Fernando Diniz, na espera possível (?) do italiano  Ancelotti, cada dia mais bem acomodado no gigante Real Madrid. Sabe-se que uns dois, três empresários de jogadores mandam e desmandam na convocação e escalação do escrete. Altos interesses em jogo, todo mundo mamando um tiquinho. Circulam também notícias de que os patrocinadores da Seleção, inclusive a Globo, manifestam descontentamento com os rumos do ‘capo’ Ednaldo à frente da CBF. 

   Essa novela nebulosa rende muitos e novos capítulos. O futebol brasileiro precisa de uma grande arejada, urgente. Essa gente que hoje o comanda está mofada, fede. Estamos a anos-luz de atraso perante a Europa. Em tudo. Mas Ednaldo viaja, viaja, já conheceu o mundo, até comeu filé dourado no Catar.

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   Amistosos e Copa América

   Estão programados (confirmados, mantidos?) os amistosos da ‘Canarinho’, em março, na Europa, contra duas equipes muito fortes e que têm estilo diferente de jogo: a Inglaterra e a Espanha.

   De 20 de junho a 14 de julho tem a Copa América. Os jogos acontecem em 14 estádios espalhados pelo território dos Estados Unidos. A Argentina, com 15 títulos conquistados, é a atual Campeã da Copa América, título abocanhado no Brasil, em 2019, pelo astro Messi e ‘los hermanos’. O Uruguai também tem 15 títulos e o Brasil apenas 9.  A seleção brasileira está no grupo D da competição e vai enfrentar, numa primeira fase classificatória, a Colômbia, Paraguai e Costa Rica ou Honduras,  

  Será, então, a despedida do treinador Diniz, ele continuaria, virá mesmo o badalado Ancelotti ou ...  nenhuma dessa alternativas é verdadeira?

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