Esporte

SELEÇÃO GOLEIA A FRACA SELEÇÃO DA BOLIVIA 5X1, p ZÉDEJESUSBARRÊTO

É uma boa estreia porém a Bolivia é um time bem fraquinho e é preciso analisar os jogos mais duros
ZedeJesusBarrêto ,  Salvador | 09/09/2023 às 09:11
Neymar, o ídolo
Foto: Vitor Silva - CBF
     Dona da bola, jogando fácil e sem encontrar ou respeitar adversário, a ‘nova’ seleção de Fernando Diniz enfiou 5 x 1 na Bolívia em Belém, estádio lotado, com um futebol coletivo de troca de passes e bastante ofensivo. E mais, Neymar, de volta à seleção, perdeu pênalti e fez dois gols; chegou a 79 gols oficias pela seleção, ultrapassando os 77 de Pelé (na contagem oficial da FIFA). Festejou com o soco no ar, homenageando o Rei. 

  Uma ótima estreia do treinador Fernando Diniz, já conseguindo implantar um estilo de jogo mais alegre, com muita posse de bola, marcação no campo inteiro e os atletas sem posição fixa, confundindo a marcação adversária. Os bolivianos, na verdade, não viram a cor da bola.  

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Em Belém do Pará

- Estádio Mangueirão nos trinques, arquibancadas cheias, muito amarelo, gramado de Copa, noite limpa de sexta. Expectativas em torno da estreia do treinador Fernando Diniz à frente da equipe, pós ‘era Tite’, e a volta de Neymar, agora um trintão, voltando a campo depois de muitas lesões, uma cirurgia delicada no pé, e agora atleta do milionário futebol árabe, uma celebridade.

- Primeira rodada dos jogos eliminatórios das seleções sul-americanas visando a Copa do Mundo de 2026, na América do Norte – EUA, Canadá e México, com a presença nunca vista de 48 seleções. O Brasil em campo com sua tradicional camisete ‘canarinho’ e a Bolívia inteira de verde.

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 Com bola rolando ...

 - Aos 2 min, Neymar bateu falta sofrida por ele, pelo lado da barreira, buscando o canto, na rede por fora. Aos 5’, primeira confusão, empurra-empurra, no meio de campo, depois de uma falta (Neymar envolvido, claro). Os bolivianos fechadinhos atrás e marcando duro, dificultando a troca de passes brasileira.   

 - Aos 10’, Neymar cobrou escanteio, largo, cabeçada de Marquinhos, defesa de Viscarra no chão. Aos 13’, o Brasil entrou tabelando pela esquerda, Rodrigo tentou o passe por baixo e a bola desviou no braço do zagueiro; o árbitro apitou pênalti.

Neymar bateu mal, rasteiro e colocado, devagar, o goleiro Viscarra acertou o canto e catou no chão, fácil. O gol 78, tão desejado (ultrapassaria o número de gols oficiais/FIFA de Pelé), não saiu. Não conseguiu enganar o goleiro, com as pisadinhas e paradinhas.

- Gol! 1 x 0 Brasil, aos 23 min. Rodrygo, empurrando para as redes, oportunista, depois de uma boa jogada pela direita (Bruno Guimarães e Raphinha) e o rebote do goleiro.

- Aos 28’, o árbitro deu um tempo para reidratação dos atletas. Diniz cheio de prosa com os jogadores, ajustando posicionamentos. Aos 33’, chute cruzado rasteiro de Raphinha nas mãos do goleiro. Aos 36’, Raphinha cruzou na cabeça de Richarlyson que testou de cara, pra baixo, e Viscarra fez uma defesaça, evitando o gol. Aos 40’, Neymar rompeu pelo meio, driblando cinco defensores em velocidade, ficou de cara, mas parou em Viscarra. Seria um golaço. Aos 42’, bola roubada, Rodrygo invadiu mas foi desarmado na hora da finalização.

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 Posse de bola, mais de 70 %, movimentação constante dos jogadores, troca de posições e sequência de passes, marcação na pressão o campo inteiro e busca constante do gol - o estilo de Diniz presente. Destaques para Rodrygo, voando, Raphinha, Bruno Guimarães, leve e inteligente, alguns lampejos de Neymar (sem ritmo de jogo). Um placar murcho pela superioridade brasileira no primeiro tempo. Os bolivianos não chutaram no gol brasileiro.   

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  Retorno no mesmo padrão. Com um minuto ...

 - Gol! 2 x 0 Raphinha. Boa trama, o atacante balançou na direita, deixou o marcador perdido e bateu de canhota, rasteirinho, acertando o canto.

 - Aos 5’, Richarlyson recebeu de Raphinha, na frente da pequena área inimiga, limpou e bateu por cima, desperdiçando chance incrível. Um amasso.

 - Gol! 3 x 0 Rodrygo, aos 7 minutos. Tabelou com Bruno Guimarães, entrou de cara e não perdoou.  O árbitro foi ver no VAR ...  4 minutos... confirmou o gol.

 Os bolivianos perdidos em campo, sem ver a cor da bola, o treinador fez três modificações, tentando entrar no jogo.

 - Gol! 4 x 0, Neymar, aos 16’. O gol histórico de número 78, comemorado com o soco no ar do Pelé. Jogada de conjunto, troca de passes, Rodrygo limpou e ela sobrou de frente, Neymar chapou. Vibrou muito.

 Aos 20’, Richarlyson não fez o quinto. Um massacre, Brasil absoluto, bolivianos na roda. Não passavam do meio campo. Aos 25’, Diniz fez três mudanças: Joelinton, Caio Henrique e Mateus Cunha em campo, saíram Bruno Guimarães (jogou demais), Lodi e Richarlyson. Outra parada técnica aos 28’.  O Brasil começou a fazer gracinha e...

- Gol! da Bolívia, 4 x 1, aos 32 minutos. Bola perdida com displicência no meio campo,  Abrego recebeu em profundidade, ganhou na velocidade e despejou um balaço pelo alto, sem chance pra Éderson.

 - Aos 34’, Neymar tentou de fora, chute pelo alto, forte, acertou o travessão, goleiro batido, entraria no ângulo. O jogo ficou aberto, a Bolivia se assanhou, passou a atacar, esticando bolas, na correria. Aos 37’, Rodrygo levantou na medida da esquerda pra cabeçada de Joelinton, passou perto. Entrou Ibañez, saiu Gabriel Magalhães, que fez bom jogo, zagueirão.  Aos 43, saiu Rodrygo, show, entrou Gabriel Jesus.

- Gol! 5 x 1, Neymar, aos 46’. Noutra boa trama pela direita, Raphinha cruzou baixo e Neymar pegou de primeira, a bola passou por baixo do goleiro Viscarra. Caixão fechado.     Deu tempo ainda para dois torcedores, aloprados, invadirem o campo para abraçar jogadores, e foram contidos e retirados.   

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  Destaques pra Rodrygo, Bruno Guimarães, Raphinha e... Neymar, pelos gols e algumas jogadas de efeito. O futebol coletivo, alegre, bom de ver. Repetiremos contra um adversário mais forte?

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 Ficha Técnica

 - O Brasil de Diniz: Éderson, Danilo, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Lodi; Casemiro, Bruno Guimarães e Neymar; Raphinha, Richarlyson e Rodrygo.

 - A Bolívia do técnico Gustavo Costas: Viscarra, Quinteros, Jusino, e Suarez; Medina, Villamil, Bejarano, Céspedes e Fernandez; Arrascaíta e Marcelo Moreno.

 Arbitragem paraguaia, com Juan Benitez no apito.

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 Pela segunda rodada o Brasil enfrenta o Peru, em Lima (Estádio Nacional), na próxima terça-feira, 23h. Tem altitude na capital peruana.  

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 Outros jogos da primeira rodada:

  - Argentina 1 x 0 Equador, em Buenos Aires, jogo duríssimo decido pelo gênio Messi, cobrando falta com perfeição já no ocaso da partida; Colômbia 1 x 0 Venezuela; Paraguai 0 x 0 Peru; Uruguai 3 x 1 Chile.

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 Ceni treinador  

  Um dia depois da saída do treinador Renato Paiva do comando técnico da equipe, o Bahia anunciou já na manhã de sexta a contratação do técnico Rogério Ceni, ex- Fortaleza, Flamengo, Cruzeiro, São Paulo ...  Ceni tem 50 anos, foi um atleta exemplar, o maior goleiro da história do São Paulo, o único goleiro a fazer mais de 100 gols – era um exímio cobrador de faltas e pênaltis, fruto de treinamento exaustivo. Um vitorioso, como jogador e como treinador, profissão que adotou desde 2017. Títulos pelo Fortaleza, equipe que arrumou e colocou num patamar elevado no Nordeste, e títulos pelo Flamengo, inclusive de campeão brasileiro.

  Ceni é um treinador perfeccionista, exigente, obstinado, centralizador e controlador. Um chato, cobra muito dos comandados e não gosta de perder. Conhece a linguagem e as manhas do boleiro. Vem com a missão de tirar o Bahia dessa zona de desconforto na competição, lutando para não cair na zona de degola. Ele sabe os caminhos e surpresas da  bola, tem uma vida dentro dos gramados e vestiários, e conhece muito bem as dificuldades de um Brasileirão. Personalidade e estilo bem diferentes do Gajo, mister Paiva, página virada. Que Ceni ache logo um encaixe de peças para a equipe – que tem problemas defensivos e ofensivos – e, sobretudo, tenha sorte.

  O novo treinador tem 5/6 dias para conhecer de perto o elenco e escalar o time para o confronto direto – de seis pontos – contra o Coritiba, na próxima quinta-feira, em Curitiba/PR. Que a torcida ‘chegue junto’, não atrapalhe. E os setoristas saibam conviver com a fisionomia às vezes carrancuda do cara. Caso tenha sucesso, fica até o final de 2024.

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  O Leão nas Alagoas

 - O Vitória joga domingo em Maceió, no estádio Rei Pelé, pela 24ª rodada da Série B. Defende a liderança contra o CRB, que costuma endurecer dentro de casa. O treinador Condé, plantel na mão, não vai contar com os laterais titulares – Zeca e Felipe -, lesionados. O técnico tem peças de reposição à altura e dispôs de mais de uma semana para arrumar o time. O retorno à Série A é a meta, bem próxima; torcedor empolgado seguindo em caravanas pra Maceió.