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BAHIA VENCE CEARÁ NOS PÊNALTIS E É O NOVO CAMPEÃO DA COPA DO NORDESTE

ZédeJesusBarrêto comenta a atuação tática perfeita do Bahia no jogo 2x1 que levou aos pênaltis
ZédejesusBarrêto , Salvador | 08/05/2021 às 18:39
Tempo normal Ceará 1x2 Bahia
Foto: O POVO


  Com muita entrega e bom futebol o Bahia venceu o Ceará (2 x 1) quebrando tabu e a invencibilidade do Vozão em casa, e confirmou o quarto título de Campeão do Nordeste, em plena Arena Castelão/Fortaleza. É sim para comemorar. O Bahia volta à hegemonia do futebol regional. 

  Com o resultado (2 x 1) no tempo regulamentar e o triunfo do Ceará (1 x 0) em Pituaçu, a decisão foi para a cobrança de tiros livres da marca do pênalti. Então, brilhou mais uma vez o goleiro Matheus Teixeira, brilharam Rodriguinho (um gigante em campo), Galdezani, Lucas Araújo e o zagueiro Conti, que marcaram. 

 - Gilberto foi o artilheiro da competição. Medalhas !  E Rodriguinho, capitão, levantou a Taça!
    O azul, vermelho e branco é a cor do Nordeste, agora.   
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 “ Mais um, Mais um Bahia// é assim que se resume a sua história// Bahêa,Bahêa, Bahêa! ”   (Vale cantar o Hino maravilhoso do professor Adroaldo Ribeiro Costa, com orgulho)
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 Detalhes

- Muita rivalidade, histórica. Nunca foi fácil o duelo. Um clássico nordestino, a disputa pela hegemonia no futebol da região.   

- O Ceará entrou em campo com vantagens. Venceu o primeiro jogo em Pituaçu (1 x 0) e atuou precisando apenas de um empate para se sagrar campeão.
  
- O time, treinado por Guto Ferreira, com a melhor defesa da competição, tinha sofrido apenas três gols em 11 jogos e estava há 23 partidas sem perder no Nordestão. Invicto. 

 - Ofensivamente, o Ceará tinha 20 gols, o mesmo número de gols feitos pelo ataque do Bahia. 
 
- O Vozão cearense com dois títulos da competição (em 2015 e 2020), ambos conquistados em finais contra o Bahia.  O Tricolor baiano com três títulos conquistados. 

 - O alvinegro há oito jogos sem perder do Bahia, desde 2018. O time jogou no meio da semana na Bolívia, pela Sudamericana e Guto poupou alguns jogadores, de olho nessa final do Nordestão. 
 - O Bahia em campo com três desfalques significativos. O lateral Nino Paraíba, o apoiador Patrick e o zagueiro Luis Otávio. 
 - Além do troféu, $ 3,5 milhões de prêmio para o vencedor. 
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 Arena Castelão

- Tempo nublado, gramado pesado mas em condições, a taça ‘orelhuda’ presente, a bola “Asa Branca” chegou a campo, pousando, num drone. ... clima de festa, decisão, 29 graus de temperatura ambiente. 

  - O Ceará todo de branco, o Bahia com seu padrão tricolorido.

 Com a bola rolando 

  Quem imaginava o Vozão cauteloso, plantado, esperando o Bahia em função da vantagem no placar enganou-se. O Alvinegro começou atacando e pegando forte, como é de hábito. O Tricolor precisando fazer gols. Os cearenses explorando muito as bolas alçadas, muitos escanteios, cruzamentos, um dos pontos fortes da equipe. O Bahia jogando mais com a bola no chão, insistindo na velocidade pelos lados, tentando finalizações à distância. Os dois marcando alto, na frente. O Vozão mais bem postado e chegando na frente com mais objetividade, à vontade em campo

  O jogo vai ficando mais pegado, mais travado do que bem jogado, muitas faltas, exigindo atitude da arbitragem. 25 minutos. Mendoza, Rossi, Lima e Juninho já com cartões amarelos. 
 
 Aos 28’, a melhor trama do Bahia, com troca de passes e um chute rasteiro de Mateus Bahia, no cantinho, Richard espalmou no rodapé.  Aos 37’, Rodriguinho entrou tabelando com Thaciano, pela esquerda, e bateu cruzado, rasteiro, rente ao poste de Richard. Boa chegada. Aos 39’, Mendoza arriscou de fora, passou perto do travessão de Matheus Teixeira; susto. 

  Aos 40’, Thaciano de frente bateu duas vezes, Richard fez duas defesas espetaculares. Depois, Rodriguinho tentou, Richard salvou outra. No contragolpe, Vina e Lima perderam a chance de abrir o placar, a bola ficou com o goleiro baiano. Emoções fortes. Lá e cá.  Aos 47’, Gilberto derrapou e não chegou equilibrado para finalizar um cruzamento rasteiro da esquerda; chance desperdiçada. 
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  Foi uma primeira etapa equilibrada, mesmo com o Ceará tendo 9 escanteios em seu favor, jogando mais no campo do inimigo. O Bahia, no chão, teve as chances mais claras, com o goleiro Richard salvando, evitando o gol em três ou quatro. Os 10/15 minutos finais foram bem quentes, ofensivos. No mais, um Vozão bem postado, marcando bem. Os tricolores carecendo de mais presença e ação de Gilberto, Daniel e Rossi. Jogo aberto. 
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  Guto decidiu por Sobral em campo, mais mobilidade no meio campo. Manhoso, o Vozão começou a ganhar, gastar tempo, o empate lhe favorecia. Aos 5’, Jonas, estreante, sentiu a coxa, entrou Galdezani. 
- Olhe o VAR !   Aos 16 minutos, escanteio cobrado da direita por Galdezani, a cabeçada na pequena área e a bola bateu na mão do zagueiro Luis Otávio de braços aberto. O árbitro foi rever o lance no vídeo e marcou a penalidade máxima.

- Gol !  1 x 0 Bahia. Rodriguinho bateu bem, deslocando o goleiro, e abriu o placar, aos 18 minutos.  Mudaria o panorama do jogo?  Pelo menos tiraria o Vozão da zona de conforto. 
 
- Gol ! 2 x 0 Bahia !!! Gilberto recebeu de Rodriguinho pela direita, num contragolpe, cortou para o meio e bateu seco, rasteiro, de canhota, no canto. Golaço !  aos 26 minutos. Mudaria tudo ? 

 Dado põe Ruiz e Lucas Araújo no lugar de Rossi e Thaciano. Agora, já é o Bahia que não tem pressa.  Guto substitui: Jael e Marlon em campo; Saíram Vizeu e Oliveira. O Vozão foi todo pra cima, em busca de um gol. O Bahia encolheu-se, na moita. Aos 37’, saiu Gilberto e entrou Thonny Anderson 

  Aos 35’, num contragolpe, Rodriguinho deixou Ruiz de frente, mas ele demorou e Messias mandou a escanteio. Na cobrança, Juninho subiu e testou, rente ao poste de Richard. Guto pôs o gigante Cleber, quase dois metros, no ataque, apostando nas bolas altas. 

 - Gol ! 2 x 1, Jael, de cabeça, aos 38 minutos, após cruzamento largo de Marlon, da direita. Conti não alcançou e Guedes não subiu com Jael. Decretado o empate. E o empate levaria a decisão do título aos pênaltis.
  
E o Vozão em cima, brigando, querendo o resultado.  Aos 41’, falta contra o Bahia, quase sobre a linha da grande área. Suspense, não deu em nada. Fortes emoções, jogo brigado, indefinido até os 50 minutos.  Jogão de bola ! 

 Deu empate. A decisão aconteceu na cobrança de penalidades, tiros livres, da marca do pênalti.    
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 Nas cobranças, nosso goleiro pegou uma; Rodriguinho, Galdezani, Lucas e Conti marcaram!  
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 Destaques

 A luta, a dedicação, a aplicação tática das duas equipes.  Uma verdadeira decisão. Parabéns Dado Cavalcanti !!!

 No Bahia, o bom goleiro Matheus Teixeira, bem no jogo e pegador de pênalti. O zagueiraço Conti. Juninho não comprometeu. Mateus e Guedes, os laterais, saíram-se muito bem.  Thaciano enquanto teve pernas. Rodriguinho o mais telentoso, liderou a equipe. Gilberto pelo belo gol.  Todos mais pela raça, vontade, dedicação em campo. 

 No Ceará, o bom goleiro Richard, o miolo de zaga (Messias e L Otávio), Vina, Mendoza...  o trabalho de Guto, o coletivo. 

 A decepção: os atletas cearenses inconformados com a derrota, procurando confusão no final. 
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   Escalações 
- O Ceará : Richard, Gabriel Dias, Messias, Luis Otávio e Bruno Pacheco; Oliveira, Naresi (Sobral) e Vina; Lima, Vizeu e Mendoza.  Treinador, Guto Ferreira. 
 - O Bahia : Matheus Teixeira, Guedes, Conti, Juninho e Mateus Bahia; Jonas, Thaciano, Daniel e Rodriguinho; Rossi e Gilberto. Treinador, Dado Cavalcanti. 
 Arbitragem de Alagoas, com VAR. No apito, Denis da Silva Serafim.