Iniciativa voltada ao fortalecimento do empreendedorismo feminino e da inclusão produtiva de mães atípicas, o projeto "Empreender é com Elas" já capacitou 5.309 pessoas, por meio de 116 cursos ofertados, em dois anos. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (18), em um encontro que reuniu cerca de 400 mães atípicas de Salvador.

O evento foi realizado pela Diretoria de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência (DPCD), da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer (Sempre), na Universidade Anhanguera Iguatemi. 

Junto com a instituição universitária, a Prefeitura, por meio da Sempre, capacitou 4.941 pessoas no período, em 96 cursos online gratuitos. Já em parceria com o Senac, foram 335 pessoas qualificadas em 19 cursos, como, por exemplo, confecção de bolos e tortas, auxiliar de cozinha, operador de caixa, salgados comerciais, repositor de mercadorias, entre outros. 

Além disso, foi realizado um curso exclusivo voltado à inclusão digital para surdos, com a participação de 33 pessoas, promovendo acesso à tecnologia e formação inclusiva.

A diretora de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência, Daiane Pina, explica que o encontro desta terça serviu para apresentar o que a Prefeitura tem feito pelas mães atípicas. "Além disso, o encontro é um meio de apresentar a minuta do Plano Municipal para Pessoas com Deficiência, construído a partir da ação da sociedade civil, das pessoas com deficiência, Ministério Público e a Prefeitura de Salvador”, afirmou a gestora. 

O evento contou também com a exibição do trailer do filme 'Mães Atípicas', do cineasta Matheus Rocha, cuja estreia oficial acontece no dia 3 de dezembro, Dia da Pessoa com Deficiência, no Cine Glauber Rocha.

Houve ainda entrega de brindes, brinquedoteca para crianças e a participação de diversas organizações, como o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência.

O projeto - Lançado em março de 2023, com a presença de 28 mulheres, o “Empreender é com Elas” atualmente tem 487 mulheres participantes. "Além da qualificação em comércio, gestão e rede social, realizamos feiras para que elas possam vender seus produtos, principalmente nas festas populares, como Carnaval, São João, Natal, em ações no Parque da Cidade e outros pontos onde a Prefeitura realiza alguma ação junto à sociedade", relatou Daiane Pina.

Há pouco mais de um ano no projeto, a ex-ambulante Anaildes Assunção, de 51 anos, participa das feiras vendendo abará recheado. "O projeto me ajudou a me articular melhor, me entrosar com outras mães, participar dos eventos, cursos de capacitação e empreendedorismo. É sempre importante participar e aprender a se posicionar na sociedade", afirmou ela, que se autointitula tia atípica de um menino de 7 anos.

Nadja Souza, de 52 anos, mãe do Hugo, de 9 anos, disse que sua vida foi transformada pela iniciativa da gestão municipal. "Estou renascendo desde o dia em que ingressei nesse projeto. Desde que entrei, já participei de muitos cursos e senti minha vida mudar, voltei a ver um crescimento real na minha vida”, contou.

Uma das homenageadas no encontro e mãe de um adolescente de 17 anos com autismo, Juliana Fernandes trabalha com crochê. "É algo que começou como um hobby, em um momento bem difícil da vida, funcionou como uma terapia e hoje é uma fonte de renda. Naquele momento complicado, uma mãe atípica me estendeu a mão e indicou uma das feiras do projeto. Não imaginava ter o crochê como negócio, até ter esse contato com o projeto", disse.