Economia

PASTÉIS DE BELÉM, LISBOA, HISTÓRIA QUE COMPLETARÁ 200 ANOS DE SUCESSO

É o docinho mais popular e apreciado em Lisboa, Portugal
Tasso Franco , Salvador | 18/01/2024 às 09:35
Há sempre fila na porta da pastelaria próxima a Jerônimos, datada de 1837
Foto: BJÁ
  Os pastéis de nata de Belém são os docinhos mais apreciados e vendidos em Portugal. Em Lisboa, diria, são tão populares quanto os acarajés, em Salvador, e encontrados em quaisquer esquinas. 

   Existe até competições feitas pela midia e outros segmentos de quais são os melhores pastéis de nata da cidade tal como acontece com o acarajé, em Salvador, quando também se seleciona os melhores da cidade, e escolhidos os campeões tanto dos pasteis de nata; quanto dos acarajés.

   E, claro, há sempre uma enorme polêmica, uns dizendo que o melhor acarajé é da baiana tal; enquanto outros asseguram que é da baiana y; e o mesmo acontece em Lisboa com os famosos pastéis que nascenram no Convento dos Jerônimos e são também chamados de pastéis de Belém sendo que as casas na Rua do Belém, próximas ao Mosteiro dos Jerônimos, seriam as campeãs. Mas há pastelarias, aqui também chamadas de mantegarias, que se destacam e ficam no centro da cidade.

   Uma coisa é certa: os pastéis estão por toda parte e são deliciosos e custam entre 3 a 5 euros a depender do tamanho e podem ser apreciados com café e/ou chocolate quente neste momento do inverno, mas também servidos com sucos e refrigerantes. 

   Alguns hotéis oferecem gratuitamente esses pastéis aos seus hóspedes nas recepções e também no café da manhã. 

   A HISTÓRIA DA CASA

   A Pastéis de Belém - única fábrica dos pasteis de Belém - fundada em 1837 é a pioneira na produção do docinho. Abre todos os dias da semana e recebe, diariamente, centenas de turistas. Há sempre uma enorme fila que estende até a calçada da casa azul que fica nas proximidades do Mosteiro dos Jerônimos, Rua do Belém, 83.

  Sua cozinha é aberta ao público e você consegue ver os pasteleiros atuando, quer na fila até chegar ao caixa; quer sentado no salão da casa para experimentar o famoso pastei que, por folclore, teria, até os dias atuais, uma “receita secreta” que, de secreta não existe mais.

   A história da casa começa no inicio do século XIX (1820/1834) quando da Revolução Liberal são fechados os conventos e mosteiros de Portugal, com consequente expulsão do clero e trabalhadores. Em Jerônimos, não se sabe quem ao certo, frades colocaram alguns doces artesanais para venda.

   A zona de Belém nessa época já era um ponto de atração de visitantes diante da suntuosidade do Mosteiro, da Igreja e da Torre de Belém. Os doces vendidos na lojjinha do mosteiro (a partir de 1837 com reabertura dos conventos) foram ficando conhecidos e receberam o nome de “Pastéis de Belém”, em referência a localidade.

   Assim, a partir de 1837, iniciou-se a fábrica o que perdura até os dias atuais. Na casa azul são também vendidos, hoje, o bolo inglês, a marmelada de Belém, sortidos, salgados, bolo-rei, bolo-rainha e outras iguarias portuguesas.

   Há outras pastelarias na Rua de Belém que também vendem o famoso pastel com receita à disposição na internet, porém, até para manter o folclore, diz-se que a receita da fábrica próxima ao convento continua um mistério tanto que vende, por dia, ao que se comenta 10.000 a 20.000 pastéis (TF)