Poço sem fundo
A Tarde , Salvador |
05/02/2015 às 13:35
Mais documentos apreendidos pela PF
Foto: Paula Pita
Um grupo de policiais federais deixou o prédio da empresa GDK, no bairro do Comércio, em Salvador, por volta de 12h10 desta quinta-feira, 5, carregando cerca de 10 malotes. Na capital baiana, a PF cumpria dois mandados de busca e um de condução coercitiva.
Um dos investigados, que inicialmente suspeitava-se que estivesse em Salvador e tinha um mandado de condução coercitiva expedido, não foi encontrado. De acordo com informações iniciais, ele, que não teve seu nome revelado, se apresentou à PF do Rio de Janeiro. Ainda, segundo agentes federais, este operador não tem ligação direta com a GDK, mas com outra empresa, não divulgada.
Desde a manhã desta quinta, equipes da Polícia Federal e da Receita estão na sede da GDK, na Rua da Grécia, para averiguar documentos e outras provas que possam comprovar a participação dete suspeito.
Em São Paulo, o tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi levado para a sede da Polícia Federal, nesta manhã, durante a ação da PF.
De acordo com o delegado Igor Romário de Paulo, que concedeu entrevista na sede da PF em Curitiba na manhã desta quinta, os operadores eram responsáveis por intermediar o pagamento por parte das empresas com contratos com a Petrobras e os agentes públicos. Eles tinham atuação semelhante a do doleiro Alberto Youssef, mas em escala menor.
Segundo o delegado, 26 empresas estão envolvidas nessa fase da operação, sendo que uma delas, com sede em Santa Catarina, não tinha envolvimento com o esquema de corrupção, mas sua sede era utilizada para guardar documentos envolvendo outra empresa com participação na lavagem de dinheiro.
"A maioria das empresas é de fachada, serviam para expedir nota para justificar serviços que não eram realizados", explicou o delegado, acrescentando que também há uma empresa de construção de tanque e com contrato com a BR Distribuidora, que ao mesmo tempo realizava ações lícitas e ilícitas.
GDK
Além dos inúmeros contratos que tem com a Petrobras, a GDK ficou conhecida em 2009 durante a CPI dos Correios após a revelação de a empresa que havia presenteado o então secretário-geral do PT, Silvio Pereira, com um carro Land Rover. O carro foi devolvido e Pereira deixou o posto no PT.