Colunistas / A Boa Mesa
Dom Franquito

DOM FRANQUITO mistura carne de sol com pizza e faz a festa na TROPO

Passando pela Serra, a gloriosa Serrinha do homem verde do ginásio e do lobisomem, vá a Tropo comer a carne de sol acebolada
11/07/2014 às 09:53
Houve uma época em Serrinha, cidade que fica na região Nordeste do Estado adiante de Feira de Santana 64 km, que se cultivava o bicho da sede, tempo do governador interventor e agrônomo Landulfo Alves de Almeida. Instalou-se naquela localidade uma Sericicultura - parte da zootecnia que trata do estudo e criação do bicho-da-seda, cuja extração e processamento deriva a seda - em prédio imponente e que mostrava pujança. 

   Naquela época, década de 1930, numa cidade pequena, foi o projeto mais importante instalado na localidade e que enchia os olhos da população de orgulho e despertava enorme curiosidade.

   O que era mesmo uma sericicultura? Que diabo era bicho-da-seda num município cuja cultura rural principal era a do ciclo do couro, do boi e do cavalo com seus vaqueiros e gibões? Dificil explicar. 

   O governo queria produzir insumo da seda na Serra, um tecido de alta qualidade. A população nunca entendeu isso. Nem o governo. Anos depois, a Sericicultura faliu sem aporte de recursos do Estado e sem os técnicos necessários para tocar o projeto, instalan-se no local o Serviço Gerais de Leguminosas da Secretaria da Agricultura. 

   O prédio era belissimo e erguido num terreno enorme na área leste da cidade, num descampado, tanto que o local passou a ser chamado, à frende do edifício com duas torres no estilo clássico europeu, de Largo da Sericicultura. Nos fundos era pasto, áreas de fazenda, e nos lados trilhas que davam para a antiga Transnordestina que passava à montante, a dois quilômetros de distância. 

   Na década de 1950, já no governo de Régis Pacheco, instalou-se nesse prédio o Ginásio Estadual do Nordeste, um dos primeiros do interior da Bahia. Com o correr dos anos o nome mudou para Ginásio Estadual de Serrinha (atual Rubem Nogueira, deputado autor da lei) e o antigo largo da Sericicultura passsou a ser chamado de Largo do Ginásio.

   Imagina. Nas décadas de 1940/1950, Serrinha era um município com população mais rural do que urbana. A cidade tinha 10% a 15% de população urbana (3.000 a 6.000 habitantes) e 85% a 90% de rural. 

   Em 1952, a praça foi formatada mas não urbanizada e servia como campo de futebol para peladas dos alunos do ginásio e outros. Já no governo Zé Valdo ganhou urbanização definitiva e foi batizada com o nome de Morena Bela, com arborização, jardim, bancos, fonte luminosa, parque para crianças e uma concha acústica.

   É nesta praça Morena Bela que se encontra um dos melhores restaurantes de Serrinha, a Tropo pizzaria e restaurante, com três ambientes legais, uma área externa que dá de testa com a Morena Bela e que serve de barzinho, local para drinques e happy hour, o restaurante climatizado e uma área para eventos com piano bar e outros equipamentos.

   Estive na Tropo com la señora Bião de Jesus, mi nieta Lua e su abuela Antonia para uma farra junina. Fomos recebidos pelo garçom Rafael e pelo clone de Marcelo da seleção do Felipão, gentis jovens que se esforçaram para nos oferecer o melhor. 

   Mi nieta estaba ansiosa. Falava pelos cotovelos e já trazia na ponta-da-lingua a comida que pediria. Sua madrinha soletrava: - Calma minha filha que a noite é longa. Mas, ela não queria saber de calma. Solicitou logo uma porção de batatas fritas e exigiu que fizesse um book de fotos na Tropo. 

   - Venha cá mi abuelo pra gente fazer umas fotos. E tome clic, no balcão, no piano, na arcada, cada pose mais bonita.

   Nisso, a señora Bião, solicitou um vino chileno, o Taracapá Cabernet Sauvingnon e "Marcelo" esmerou na colocação da botelha, taças limpissimas, balde de gelo, água mineral com gás e guardanapos alvos de linho.

   Lua então lembrou a tia que queria uma carne de sol acebolada na chapa quente. Hual. Com vinagrete, batatas fritas e farofa.

   Ficamos entre o strogonoff de filé ou um cordeiro. Mas Rafael nos disse que, no atropelo junino, feriadão, houve uma reserva no dia anterior de um grupo imenso e comeu-se tudo em filés.

   Muito bem. Não deixamos a bola cair e nos jutamos a Lua na sua carne de sol acebolada, uma delicia, e complementamos a pedida com a pizza a moda Tropo.

   Tudo muito bem e delicioso. La madrinha de pequena teve um momento que disse para a afilhada: - Calma mi hija que la comida não vai correr do prato.

   - Que calma tia! Hoje é dia de farra, de foguetes, balões e aniversário de minha avó. Vamos logo cantar o parabéns, comentou.
  Nisso Rafael trouxe um coquetel para a señora Antonia e cantamos o parabés batendo tampas de panelas à moda italiana.

   Foi uma noite supimpa, de dar canseira na pequena. Ela até tentou cochilar na mesa após a festança, mas, dona Antonia falou: "Nem pensar". 

   Então, caro leitor, simpática leitora, indo a Serra passe na Tropo. Vale.
---------------------------------------------- 
Tropo Pizzaria e Restaurante
Praça Morena Bela, Serrinha
Aceita todos os cartões
Abre todos os dias da semana
Carne do Sol Acebolada R$45,00
Pizza grande R$46,90
Strogonoff de filé R$54,90
Vinho chileno média da garrafa R$45,00
A casa não tinha cartão de visitas no momento