Foto: BJÁ

  Tomar um chopinho no Rio de Janeiro é uma obrigação.

  Pelo menos para aqueles como eu que ainda não foram proibidos pelo doutor de comer carne e apreciar o "garotinho", o chopinho servido em copo pequeno, cujo nome lembra o barrigudinho político fluminense.

  Tem gente que o adota o chopinho como uma oração: reza no botequim todos os dias.

  Não é mais o meu caso porque a idade não permite e tenho que manter a elegância.
Dizem que sou um dos senhores mais elegantes de Espanha e do Chame-Chame, bairro que moro aqui na capital baiana, agora sob severa vigilância dos fiscais de xixis em jardins, em muros, viadutos e demais.

   Em curta temporada carioca, na Copacabana dos velhinhos e cães que desfilam de botinhas e vestes do Vasco, ocupamos uma mesa de pista do Botequim Informal.

   Eu, a inseparável senhora Bião de Jesus, já falando com sotaque carioca, e meus dois filhotes: Agapito e Bolívia.

   E como quem é do mar não enjoa pousaram na nossa mesa três calderetas, nome que os cariocas colocaram no chopinho médio.

   Nos botequins do Rio, já haviam me comentado sobre isso, fala-se alto pra caramba e tinha uma turma ao nosso lado dessas do barulho. Uma senhora dava risos tais que parecia um trio elétrico. Só não sai surdo do local porque surdo estou há tempos.

   Ora; pois, vamos ao que interessa para acompanhar as calderetas.
   Uma rodada de bolinhos de bacalhau tidos como ótimos nessa quadra do Rio, esquina da Barão de Ipanema com a Domingos Ferreira, onde existe a Pão do Barão ou Barão do Pão com seus petiscos e guloseimas e habitam muitos patrícios além mar de Portugal.

   Sim, sim. Os bolinhos honraram a fama do local. Deliciosos.

   Depois, o garçom que parecia Woody Allen, um pouco mais alto do que o ator e diretor de cinema recomendou que experimentássemos a "Paraibinha", coqueluche da casa: carne seca desfiada e acebolada, queijo derretido e aipins fritos e/ou batatas fritas servidos na chapa.


   Não demorou a chegar. E meus pequenos, hoje, enormes, pareciam saídos da crise financeira de 2009, pois sequer falavam mais conosco.


   Devoraram a "Paraibinha" que só deixaram a chapa para nosso Woody Allen, o qual, admirado com tal cena, chapa limpíssima, sequer teve a gentileza de perguntar "se gostaram" da pedida.


   De nossa parte, optamos pelo Salsichão misto com salada de batatas, mais "light" e igualmente apreciável. Aliás, apenas regular.

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BOTEQUIM INFORMAL
Esquina da Domingos Ferreira 212 com a Barão de Ipanema
Copacabana - Rio
Aceita todos os cartões
Nos finais de semana tem filas de espera na porta
Serve o chopinho na calçada enquanto o nobre espera a mesa
Preço médio dos pratos: R$35,00
http://www.botequiminformal.com.br/ 
Fone 021.3816.0909
Botequim Informal tem restaurantes no Rio