Direito

AGOSTO LILÁS: SSA TEM QUASE 6 MIL CASOS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Dados são do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e englobam qualquer ato que atente ou viole os direitos humanos da vítima
Deiwerson Damasceno Dos Santos , Salvador | 26/08/2025 às 16:32

A Campanha Agosto Lilás visa a conscientização e o combate à violência contra a mulher. Sua importância reside na promoção de ações educativas e preventivas que informam a sociedade sobre os diferentes tipos de violência contra a mulher, além de oferecer suporte e orientação às vítimas. A campanha fortalece a Lei Maria da Penha, um marco na luta contra a violência doméstica e familiar, e mobiliza a sociedade para criar um ambiente de respeito e proteção às mulheres. 

Segundo o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, Salvador BA já registrou este ano 5.895 violações (qualquer fato que atente ou viole os direitos humanos de uma vítima, como maus tratos, exploração sexual, tráfico de pessoas) contra a mulher. Desse total, apenas 677 denúncias foram efetivadas (quantidade de vezes em que os usuários buscaram a ONDH para registrarem uma denúncia). Em todo o estado da Bahia, são 14.202 casos de violações e 1.795 denúncias registradas. (atualização dos números feita em 25.08.2025).

Para a professora do curso de Direito da Faculdade Unime Anhanguera Wilmara Falcão, mestra em Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social, denunciar a violência é importante porque pode levar à intervenção imediata das autoridades, a fim de proteger a vítima e garantir a segurança da mulher. Além disso, a especialista explica que, o ato de denunciar esses crimes, contribui na responsabilização dos agressores, promove justiça para as vítimas e ajuda a prevenir futuras ocorrências.

“Denunciar casos de violência não só pode interromper o ciclo de abuso, mas também desencadear uma série de eventos positivos que podem beneficiar tanto as vítimas quanto a sociedade em geral, sobretudo porque gera uma inquietação social. Ao denunciar, as vítimas podem receber proteção imediata contra o agressor, seja por meio de medidas de proteção, como ordens de restrição, ou por meio de acesso a abrigos seguros”, ressalta.

A especialista reforça que as denúncias ajudam a dissipar mitos e estigmas em torno da violência doméstica e de gênero, o que fomenta uma conscientização social. “A denúncia pública pode incentivar a sociedade a abordar a violência de forma mais séria e a promover mudanças nas leis, políticas e práticas sociais para prevenir e responder efetivamente à violência”, avalia.

Wilmara Falcão destaca ainda, que denuncia têm acesso a uma variedade de recursos e apoio, incluindo assistência jurídica, abrigo, aconselhamento e serviços de saúde mental, que são fundamentais para ajudar as mulheres a se recuperarem do trauma sofrido.

Por fim, Wilmara Falcão dá dicas sobre como as mulheres podem pedir ajuda. Confira também os canais de denúncia:

  • Realizar a chamada ao 190 polícia e conversar como se estivesse realizando pedido de delivery, é uma forma muito útil de pedido de socorro, ao perigo eminente sofrido pela mulher;
  • Além disso, qualquer cidadão pode fazer denúncias através da Central de Atendimento à Mulher, pelo número telefônico 180. As delegacias especializadas não são direcionadas a tratar apenas destes tipos penais, permitindo um socorro de forma mais ampla;
  • As Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) realizam ações de prevenção, apuração, investigação e enquadramento legal. Nas unidades, é possível solicitar medidas de proteção de urgência nos casos de violência doméstica contra mulheres.
  • Na Bahia, há 15 Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deams) e sete Núcleos Especializados de Atendimento à Mulher (Neams). Há também a Deam Online, com funcionamento 24 horas para o registro de ocorrências e atendimento. Em Salvador, as unidades ficam na Rua Padre Luís Filgueiras, em Brotas; e na Rua Dr. Walter Almeida, em Periperi. Lista Completa: