"O Conselho do CREA está acompanhando o que vem acontecendo em Salvador cidade, já nos posicionamos na questão da Lei Ordenamento e Uso do Solo (Lous) e o nosso papel é contribuir com a cidade", afirmou Marco Antonio Amigo. Ele pediu aos representantes do Desocupa um plano de ação para facilitar a integração entre o corpo técnico da instituição e as demandas do movimento. Inicialmente o Crea integrará um grupo de trabalho ligado a análises técnicas das questões urbanas.
Amigo informou que a organização solicitou da prefeitura a cópia dos estudos técnicos que balizaram o projeto que mudou a Lei de Ordenamento e Uso do Solo (Lous) do município, votado dia 29 de dezembro de 2011 sem qualquer debate técnico sobre o assunto na Câmara e na sociedade. A diretora-presidente daSociedade Brasileira de Urbanismo,Glória Cecília Figueiredo, assim como demais representantes do movimento defenderam medidas de curto, médio e longo prazo para fazer frente ao processo de destruição ambiental e aprofundamento das desigualdades sociais de Salvador.
O representante do Fórum A Cidade é Nossa, Rogério Horle, lembrou que desde 2008, quando foi aprovado o novo PDDU, já foram desmatadas cerca de dois milhões de metros quadrados de mata atlântica no município de Salvador e foram liberadas pela prefeitura 800 licenças ambientais flagrantemente ilegais, na medida em que a cidade não dispõe de legislação ambiental.
"Estamos construindo um processo, que nasceu nas redes sociais, ganhou as ruas e tem consciência que o debate precisa ser qualificado, por isso está buscando o apoio de organizações como a OAB, a DPU, o Ministério Público e o CREA", apontou Ícaro Vilaça.