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Ainda nos dias de hoje, os portadores de transtornos mentais sofrem com o preconceito e a exclusão. Nas ruas, é comum vermos muitos esquecidos pela sociedade e jogados à própria sorte. No entanto, com o intuito de mudar este quadro e fazer com que aqueles sejam vistos como membros capazes da sociedade, foi criado em 2004 num dos hospitais psiquiátricos mais reconhecidos da Bahia, o Hospital Juliano Moreira, o Projeto Criamundo. Desenvolvido pelo então diretor na época, o psicanalista Dr. Marcelo Veras, e hoje Coordenado pelo psicólogo Dr. Marcelo Magnelli, o projeto que está em atividade há seis anos é o pioneiro no país servindo de referência para os demais estados. Isso porque o Criamundo está voltado para a inclusão dos portadores de transtornos mentais no mercado de trabalho através de oficinas de terapia ocupacional, desenvolvendo assim geração de renda e emprego para estes que até então eram marginalizados pela sociedade. Através do projeto, aqueles que pareciam não ter perspectivas de futuro são capacitados, inseridos e monitorados no mercado formal de trabalho, ou seja, algo exclusivo para este tipo de público. O Criamundo faz parte de um convênio entre o Governo do Estado que fornece o espaço no Hospital Juliano Moreira, a Secretaria de Saúde e a FAPEX (Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão). O Projeto serve como uma espécie de oficina de capacitação, no qual os portadores de transtornos mentais aprendem noções de artesanato e, assim que se encontram aptos e preparados, são articulados com cooperativas de artesanato para que possam desenvolver o seu trabalho. Atualmente, está sendo implantada uma oficina de mosaicos em movelaria, oficina de sabão e velas, papel reciclado e ainda de fabricação de cestas. A ideia é que o projeto seja apenas uma passagem e mesmo após a saída os pacientes tenham monitoramento e acompanhamento. Vale lembrar que o Hospital Juliano Moreira é o mais antigo do Estado, com 137 anos de existência, tendo 70 mil pessoas cadastradas e 9 mil atendimentos/mês em ambulatório. Sua estrutura é composta por 208 leitos, dois lares que abrigam casos crônicos e um hospital-dia onde eles ficam das 8h às 17h, todos os dias, sem que sejam internados.