Igualdade de direitos, essa é a principal bandeira de luta das entidades que construíram o Movimento Negro na Bahia. Depois de mais de 300 anos de escravidão no Brasil, o negro ainda precisa de reparação social, por centenas de anos sem políticas que os representassem. Onde muitas "batalhas" são travadas até hoje por essa libertação e reconhecimento.
A luta é por igualdade em todas as diversidades que existem no país, na Bahia. Por liberdade religiosa, cultura de paz, financiamento público e privado da cultura afro-brasileira, implementação na educação das leis 10.639 e 11.645 que inclui nos currículos escolares o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena, ações afirmativas na saúde, saneamento básico, moradia, educação, emprego e renda entre outras áreas. E nesse caminho o movimento reconhece que já aconteceram consideráveis mudanças.
É com essa proposta de concretização dessas mudanças, e principalmente de luta pela igualdade que as entidades como o Olodum, o Malê de Balê, Os Negões, o Muzenza, Cortejo Afro, Okambi, o Afoxé Filhos do Congo, Ilê Ayê, Unegro (União de Negros pela Igualdade), CEN (Coletivo de Entidades Negras), MNU (Movimento Negro Unificado), o CONEN (Coordenação Nacional de Entidades Negras), o Instituto Pedra de Raio, dentre outras representações importantes do Movimento Negro convocam toda população para participar da Caminhada pela Igualdade, que ocorrerá nesta quinta-feira (30/09) com concentração a partir das 16h no Campo Grande.
A Caminhada será aberta por religiosos de matriz africana e contará com a presença, além de entidades da militância do movimento negro, de representantes políticos, com apresentações artísticas.
Como símbolo de resistência e de luta será comemorado também na Caminhada os 212 anos da Revolta dos Búzios que aconteceu em 1978. "Apesar de ser uma história passada e vivida na Bahia, é assunto nacional. A Revolta dos Búzios é a base dos direitos humanos no Brasil. Foi a primeira vez que se escreveu um documento que se falava de oportunidades iguais no país", explica o presidente do Bloco Afro Olodum, João Jorge Santos Rodrigues.