Após assumir o cargo como desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), a primeira magistrada negra do país, Luislinda Dias de Valois, deu início, na manhã desta terça-feira (31), a sua nova rotina de trabalho. A magistrada irá substituir, temporariamente, a desembargadora Lealdina Araújo Torreão, que entrou em processo de aposentadoria.

Muito contente, a nova desembargadora baiana chegou ao TJ por volta das 8h, seguiu para o seu gabinete, onde se encontrou com os profissionais que compõem a sua equipe e, por volta das 8h45, participou de sua primeira Comissão. Para a magistrada, este é um importante momento para toda a comunidade negra. "Estou feliz por poder representar a minha comunidade no TJ".

Militante, Valois acredita que a adoção de politicas públicas, como o sistema de cotas, é uma ação que poderá minimizar o débito que a sociedade tem com a comunidade negra. Ela acredita ainda que a educação dará ao negro a possibilidade de lutar contra as desigualdades. "O negro tem que lutar por seus direitos, principalmente, por uma educação de qualidade e continuada, somente assim, teremos uma sociedade mais justa", salientou.

Valois iniciou a sua carreira atuando no interior da Bahia até ser promovida para Salvador, em 1993. Ela ganhou destaque no judiciário baiano após proferir sentenças de cunho social, como a reativação de dezenas de Juizados Especiais em municípios da Bahia. Ela foi também a idealizadora dos Balcões de Justiça, criou e instalou a Justiça Itinerante e o Juizado Itinerante Marítimo.