Direito

TESTEMUNHAS DE CRIMES EM VITÓRIA DA CONQUISTA SERÃO OUVIDAS NA SEGUNDA

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| 19/02/2010 às 18:54
A partir da próxima segunda-feira, dia 22, o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) dará início às oitivas das testemunhas da série de sequestros e mortes registrados em Vitória da Conquista (a 509 Km de Salvador) que estaria relacionada com o assassinato do soldado da Polícia Militar Marcelo Márcio Lima, em 28 de janeiro último. Após a morte do policial, diversos crimes foram registrados no município, dentre eles a invasão de casas e agressão e sequestro de várias pessoas, sendo que 14 delas foram executadas e três jovens continuam desaparecidos. Segundo o procurador-geral de Justiça Lidivaldo Britto, já existem provas da participação de policiais militares nos crimes. Em razão disso, ele já entrou em contato com o comandante-geral da Polícia Militar para relatar os fatos apurados.

O chefe do MP baiano esteve ontem, dia 18, em Vitória da Conquista, oportunidade em que, juntamente com a coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais do MP-BA (Gaeco), promotora de Justiça Ana Rita Nascimento, reuniu-se com o procurador-chefe do Ministério Público Federal na Bahia (MPF-BA), Danilo Dias, os procuradores da República Wilson Rocha de Almeida Neto (de Salvador) e Mário Alves Medeiros (Vitória da Conquista); e com os delegados da Polícia Civil designados para acompanhar o caso. As reuniões tiveram por objetivo traçar um trabalho conjunto de investigação entre o Ministério Público e a Polícia Civil, de forma a evitar perda de tempo.

De acordo com a coordenadora do Gaeco, o MP-BA buscou também o apoio do Judiciário local - em uma reunião realizada entre ela e o juiz Reno Viana Soares -, uma vez que será de imprescindível importância que as medidas adotadas no curso da investigações sejam céleres e efetivas. O procurador-geral de Justiça Lidivaldo Britto já anunciou que o MP solicitará a exumação dos corpos das vítimas, para a retirada das balas, bem como as armas dos PMs lotados no 9º Batalhão da Polícia Militar para fazer a microcomparação balística. No último dia 8, uma força-tarefa foi constituída pelo Ministério Púbico estadual para acompanhar o caso, formada pelos promotores de Justiça integrantes do Gaeco, Ana Rita Nascimento, Paulo Gomes, Gervásio Lopes e Luís Cláudio Cunha Nogueira, que estão atuando em conjunto com os promotores de Justiça Beneval Santos Mutim, Genísia Silva Oliveira e Marcos Almeida Coelho, da Promotoria de Justiça de Vitória da Conquista. "A nossa intenção não é a de desacreditar a Polícia Militar, porque a Instituição é séria e forte, mas punir os possíveis envolvidos que dela façam parte e que, com os seus atos, denigrem esta briosa corporação", explicou a promotora de Justiça Ana Rita Nascimento.

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