Na Recomendação 011/09, as integrantes do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa do Ministério Público estadual (Gepam) levaram em conta que a contratação direta, pela Petrobras, da Associação de Apoio e Assessoria a Organizações Sociais do Nordeste (Aanor) e da Fundação Galeno D'Alvelírio para gerenciamento de patrocínios culturais da estatal destinados aos festejos juninos de diversos munícipios baianos, de 2006 a 2008, "violou regras concernentes ao processo licitatório, mesmo que se admita, em tese, no caso concreto, a aplicação do Decreto-Lei nº 2.745/98, que aprovou o 'Regulamento do Procedimento Licitatório Simplificado da Petrobras'".
Célia Boaventura, Heliete Viana e Patrícia Medrado registraram também na recomendação que, em virtude das investigações desenvolvidas pelo Gepam, no curso do inquérito civil 003/2009, "apurou-se que a seleção dos municípios contemplados, bem como a determinação da quantia destinada a cada município escolhido não atendeu a critérios objetivos, violando os princípios da publicidade, impessoalidade e ampla competitividade, conferindo certo dirigismo ao processo de escolha dos entes municipais".
As promotoras de Justiça do Gepam consideraram ainda "a violação ao princípio da transparência, haja vista a fragilidade dos mecanismos de controle efetivo dos recursos públicos empregados nos citados festejos juninos, sobretudo no que concerne às prestações de contas apresentadas pelos municípios, pela Aanor e pela Galeno D'Alvelírio".
COMUNICADO
Em comunicado - matéria paga - da Gerência Regional Nordeste da Petrobras a empresa destaca que "respeita as recomendações do MP e prestará os esclarecimentos necessários, com a certeza de que todos os processos de contratação estão absolutamente corretos".
A nota destaca, ainda, que no último dia 11 de maio, a Petrobras já havia encaminhado ao MP documento demonstrando os critérios utilizados para patrocinar os festejos de São João nas principais cidades do interior da Bahia.