De acordo com o MPF, ficou comprovado que o Estado não prestou contas dos mais de R$ 180 milhões repassados pelo Ministério dos Transportes para a recuperação de trechos de estradas federais que passaram a ser administradas pelo estado, com a publicação da Medida Provisória nº 82/2002.
Ainda segundo o MPF, através de relatórios da Polícia Rodoviária Federal, ficou atestado que o Governo não aplicou o dinheiro recebido na reforma das rodovias federais que ficaram sob a responsabilidade do Estado com o repasse da verba. O trecho total que foi transferido ao Estado foi de 1.411,2 km.
RELATÓRIO
De acordo com o relatório da PRF, as BRs 030, 110, 122, 251, 324, 330, 367, 410, 418 e 420, que deveriam ter passado por reformas, ainda apresentam problemas no asfalto, na sinalização e nos acostamentos. O Ministério Público divulgou também que alguns trechos estadualizados foram incluídos no Programa Emergencial de Trafegabilidade e Segurança nas Estradas, conhecido como operação "Tapa buracos".
O MPF pede que o Estado da Bahia preste contas de todo o valor recebido pelo Ministério dos Transportes. Caso contrário, o governo baiano deve devolver imediatamente os cerca de R$ 183,4 milhões repassados pela união.
Na ação, o MPF pede que a Justiça obrigue a União e o Dnit a retomar a responsabilidade pelas rodovias e realizar as melhorias necessárias. Já o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes deve apresentar, em 30 dias, um relatório com as providências adotadas e das obras em andamento.
A assessoria do Governo do Estado disse que só vai se posicionar sobre o assunto depois que sair uma decisão da Justiça e que o uso indevido dos recursos ocorreu na administração de Paulo Souto.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o ex-governador disse que a verba recebida do Ministério dos Transportes era para ressarcir o Governo do Estado que investiu nas rodovias no período de 1999 a 2002.