Direito

CAVEIRA DE BURRO NO ESTÁDIO DE PITUAÇU AINDA NÃO FOI DESENTERRADA

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| 04/11/2008 às 18:24
  Novela sem fim.

  O Tribunal de Justiça estadual suspendeu a intervenção no estádio de Pituaçu e embagou novamente as obras. Iniciada em 21 de janeiro, ela já passou por três adiamentos do prazo de conclusão e agora não tem mais data para terminar.

A decisão, em caráter liminar, é da Quarta Câmara Cível e atende ao agravo de instrumento nº 59171-7/2008 do Ministério Público baiano. Quarenta e seis dias atrás, o juiz Ricardo D´Avila, da 5ª Vara da Fazenda Pública, havia negado ação do MP que pedia o embargo da reforma, não vendo problema na contestada ausência de concorrência, por considerar o caso emergencial.

Porém, de acordo com o desembargador José Olegário Monção Caldas, relator do processo, as obras já iniciadas não estão enquadradas em qualquer das hipóteses  legais de dispensa de licitação. E, caso seu parecer não seja imediatamene cumprido, a outra parte, formada por Estado da Bahia, Superintendência dos Desportos do Estado (Sudesb) e Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Conder) deverá pagar multa diária no valor de R$ 10 mil.

Proibido de comentar a decisão, o desembargador limitou-se a dizer que não pôde tomar outra atitude após a argumentação da Promotoria de que as irregularidades na contratação das empresas se constituiu verdadeiro crime contra o Erário. "Agora, quem pode cassar a suspensão é a presidente do Tribunal (Silvia Zarif) ou até mesmo eu. Mas, para isso, é necessário que enviem a documentação comprovando a regularização", explicou.

Tomando conhecimento da notícia através da reportagem, a promotora Rita Tourinho, mesmo com cautela, comemorou. "De qualquer sorte, já é uma posição favorável da Justiça, que infelizmente demorou para se pronunciar nesse sentido. Espero que seja suficiente para reestabelecer a legalidade", afirmou, lembrando que já tramita no MP um novo inquérito civil referente à reforma.

"Não estamos nem mais questionado a forma das contratações, mas a própria execução dos contratos, fruto da pressa que o Estado teve, levando a um projeto não satisfatório", concluiu, por telefone.