Será sepultado logo mais às 17h, no Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador, o jurista J.J. Calmon de Passos, um dos mais brilhantes e respeitados da Bahia.

  Calmon de Passos morreu esta madrugada aos 88 anos de idade de parada cardíaca. Crítico contumaz do que chamava "juizite" - a postura de posse excessiva dos juizes baianos - sempre teve uma verve afiada contra os poderosos e a burocracia judicial.
  

  José Joaquim Calmon de Passos nasceu em Salvador e era considerado o principal jurista da Bahia. Professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, livre-docente da Faculdade de Ciências Econômicas da mesma universidade, e atual coordenador e professor do curso de especialização em Processo do Centro de Cultura Jurídica da Bahia, em parceria com a Faculdade Baiana de Ciências.

Personalidade crítica e inquieta, Calmon de Passos é também membro da Academia de Letras Jurídicas da Bahia.

  Foi membro do Ministério Público do Estado, aposentando-se como procurador da justiça, depois de ter alcançado o ápice da carreira, chefiando a instituição.

  Principais obras: Comentários ao Código de Processo Civil, Vol. III, Rio de Janeiro: Forense; esboço de uma teoria das nulidades aplicada às nulidades processuais; direito, poder, justiça e processo: julgando os que nos julgam. Rio de Janeiro: Forense, 2000.

  PESARES

  Para o ex-presidente da OAB e diretor da Faculdade de Direito da UCSAL, Thomas Bacelar, é uma perda "irreparável de um grande mestre do direito".

  Posição idêntica tem o Procurador Geral da Assembléia, Graciliano Bomfim, para quem o professor e jurista Calmon de Passos era um exemplo admirável.