"Sua utilização é uma forma de saber para a vida. Essa é a natureza da pesquisa cientifica com células-tronco embrionárias, que não afronta, mas busca ampliar a vida. [A pesquisa] não apenas não viola o direito a vida, antes torna-se parte da existência humana, porque vida não seria", disse a ministra.
Mais cedo, o ministro Carlos Alberto Menezes Direito votou pela imposição de restrições às pesquisas. Os ministros Carlos Ayres Britto, relator do processo, e Ellen Gracie, votaram contra a ação que pede a inconstitucionalidade do artigo 5º da Lei de Biossegurança, ou seja, a favor do uso das células-tronco embrionárias nas pesquisas. Outros sete ministros ainda votarão.
Manifestações
A ministra Cármen Lúcia leu seu voto por mais de uma hora, no qual ressaltou que as manifestações sobre o assunto são "legitimas e desejáveis quaisquer que seja a orientação", mas que o STF não pode se deixar influenciar por elas. Acompanham o julgamento no plenário deficientes físicos, cientistas e religiosos.
Ela destacou que a pesquisa não fere a constitucionalidade ou a dignidade humana e disse que "impedir linha de pesquisa significa um constrangimento inadmissível ao direito à vida digna".
"A pesquisa com células-tronco embrionárias abre oportunidades não obtidas até agora
com qualquer outra", afirmou.
Cármen Lúcia rebateu a utilização de argumentos religiosos no julgamento. "A constituição é a nossa bíblia, o Brasil é a nossa única religião.Como todo o juiz, tenho que me ater ao núcleo da indagação nesse caso", afirmou.
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