O confronto entre a secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Governo do Estado, Marília Muricy, e o advogado e militante negro Sérgio São Bernardo está provocando um enorme desgaste na imagem do governo Wagner. 

   Trata-se, pelas explicações dadas até então para o rumoroso caso, de uma questão administrativa que se transformou num fato político com consequências imprevisíveis porque se radicalizou de parte da parte, ambos os contendores indo às barras da Justiça e com confrontos de salão e de rua, o primeiro em apoio à secretária; o segundo para São Bernardo.

   Há, de certa forma, um exagero dos movimentos negros em apontar suas artilharias em direção ao governo como um todo na medida em que, justiça seja feita, a postura do governador Wagner em relação a essa imensa comunidade tem sido de respeito e apoio aos seus projetos.

   A rigor, a pauta dos MNUs está colocando a secretária Muricy num segundo plano, na medida em que a questão específica relacionado à sua personalidade, acusada de "racismo institucional e assédio moral", já se situa no âmbito do Ministério Público, e se direciona para o governo do Estado exigindo, como aconteceu na manifestação em frente a sede do Procon, com pedidos em faixas de "Fora Marília. Uma Bahia sem racismo".

   Esse assunto já está na rede web e é o mais grave das Relações Institucionais do Governo. Ou o chefe do Executivo encontra uma solução rápida e consensual para o caso, o que parace bastante difícil, porém, nada impossível; ou vai amargar um desgaste ainda maior à imagem do seu governo.