Direito

CASO S. BERNARDO É O MAIS GRAVE DAS RELAÇÕES INSTITUCIONAIS DO GOVERNO

Haja bombeiros para resolver um caso dessa magnitude
| 05/01/2008 às 08:02
  O caso envolvendo o advogado Augusto Sérgio São Bernardo e a secretária de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Marília Muricy, é o mais complicado a ser resolvido no âmbito das relações institucionais do governo Jaques Wagner.

   Trata-se, sem dúvida, de um movimento de difícil equação na medida em que ambos integram a base de suporte do PT como instituição e agremiação partidária e, portanto, desagradar uma das partes trará sequelas ao partido e ao governo.

   Ademais, envolve a filha do ex-governador Roberto Santos, o qual, embora não seja militante do PT e tenha sido indicado governador pelo golpe militar de 1964 é considerado uma personalidade respeitadíssima no Estado. Emerge Cristina Santos para o cenário política nessa situação desagradável.

   Sérgio São Bernardo manteve as acusações de "racismo institucional e assédio moral" à secretária Muricy mesmo diante da justificativa da autoridade governamental dando conta de que sua demissão do Procon se deu em razão de irregularidade administrativa.

   Em A Tarde, São Bernardo ampliou suas declarações contra a atitude da secretária classificando de  "racismo institucional, perverso e trágico, que nunca será assumido" palavras ditas no gabinete do deputado estadual Yulo Oiticica (PT).

   Em seguida, o ex-dirigente do Procon participou de uma reunião com Yulo, o secretário estadual de Combate à Pobreza, Walmir Assunção, e o presidente do PT/Bahia, Marcelino Galo. 

   Vê-se, portanto, a dimensão desse problema institucional. Sérgio diz que tem provas contra Marília; Marília diz que tem provas contra Sérgio e já teria solicitado a Procuradoria Geral do Estado que ingresse com uma representação contra o militante petista por calúnia.

   Os movimentos ativistas da comunidade negra estão se movimentando, ainda timidamente e nos bastidores, para apoiar Sérgio e o MNU pretende fazer uma manifestação de rua, o que vem sendo instado a esperar os desdobramentos das negociações nas mesas dos gabinetes. 

   A essa altura dos acontecimentos, se Sérgio retornar ao governo como já divulgado e proposto pelo secretário Luis Alberto, da Reparação, desmoraliza a secretária Muricy. Se Sérgio ficar de fora vai se sentir ultrajado pela atitude da secretária, já repetido em declarações A Tarde.

   Cenário bastante complicado e que o governador espera que seja resolvido na base e não chegue até seu gabinete, apesar do desgaste e desconforto que tem trazido à imagem do governo como um todo.