Direito

ADVOGADOS QUEREM POSIÇÃO DA OAB SOBRE DECLARAÇÕES DA PRESIDENTE TJ

A desembargadora Sílvia Zarif foi eleita, recentemente, presidente do TJ
| 14/12/2007 às 16:39
Desembargadora Sílvia Zarif faz grave acusão contra categoria dos advogados (Foto:BJ)
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   Um grupo de advogados estaria organizando uma visita ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Beitto, para que este comente as declarações da eleita presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, Sílvia Zarif, a qual, no Bahia Notícias, edição nº 25, disse que "advogados estimulam corrupção"

    Segundo a desembargadora, "há advogados que falam de corrupção na Justiça, mas são eles que corrompem", disse a magistrada. Ainda de acordo com o jornal a desembargadora quer aplicar no Judiciário baiano "um banho de transparência" e colocar distância entre advogados e serventuários, para eviar o famoso custo por fora", sequencia a manchete do jornal.

    Como o presidente nacional da OAB está propondo as Seccionais do país a implementação de uma pesquisa sobre os serviços do Poder Judiciário, nos mesmos moldes do estudo realizado recentemente pela OAB do Paraná e que apontou graves problemas na estrutura judicial, especialmente no âmbito da justiça estadual, advogados gostariam de ter uma opinião de Britto sobre as declarações da presidente do TB baiano.
 
  PROPOSTA
  INÉDITA

  "Não conheço um levantamento com a qualidade e o grau de especificidade feito pela Seccional do Paraná. Trata-se realmente de uma proposta inédita, que pode ser implementada por outras seccionais", afirmou Britto antes de embarcar em Curitiba para Buenos Aires onde assiste hoje (14) a posse do presidente da Federação Argentina de Colégios de Advogados (Faca), Carlos Alberto Andreucci.

  Britto disse, ainda, que sendo a Justiça uma atividade fim, o Diagnóstico do Poder Judiciário está contribuindo para melhorar o próprio Brasil. Para ele, a pesquisa representa um caso real de advogados colaborando com a administração da Justiça, exatamente como prevê a Constituição. Numa análise dos resultados da pesquisa, o presidente da OAB garantiu que o que ocorre no Paraná, com a Justiça Comum, que recebeu as piores avaliações dos advogados, não é diferente do que acontece em outros estados. "Enquanto a Justiça Federal e do Trabalho estão mais avançadas, a Justiça comum vive na idade da pedra lascada".

  Para o presidente nacional da OAB, a situação contribui para perpetuar as atuais características da Justiça no Brasil - desigual, excludente e com tratamento diferenciado no que se refere a julgados e investigados. Para quebrar a regra de desigualdade, Britto propõe, como uma das medidas mais urgentes, a criação das Defensorias Públicas. Ele também destacou a necessidade de mudar o foco de atuação do Conselho Nacional de Justiça que, na sua opinião, transformou-se no "Muro das Lamentações" do Poder Judiciário.