Veja nota do presidente da OAB
Em nota que homenageia a memória de dona Lyda Monteiro da Silva, que há 27 morreu vítima de uma carta-bomba endereçada à Presidência do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, da qual era secretária, o presidente da entidade, Cezar Britto, renovou hoje (27) "o compromisso da advocacia brasileira no cumprimento da missão estatutária de zelar pelas instituições republicanas e defender os fundamentos do Estado democrático de Direito".
Britto destacou que a morte de dona Lyda, naquele 27 de agosto de 1980 - que desde então passou a ser Dia Nacional de Luto dos Advogados - serviu de emblema e motivação da advocacia brasileira e da sociedade civil na luta vitoriosa contra a ditadura.
A seguir, a nota à imprensa do presidente do Conselho Federal da OAB, Cezar Britto:"Há 27 anos, a sede do Conselho Federal da OAB, então no Rio de Janeiro, foi atingida por uma bomba que matou Lyda Monteiro da Silva, secretária de sua Presidência.
Foi um choque para todo o país e um momento de grande angústia e perplexidade, em meio à luta nacional pela redemocratização, que tinha na OAB sua referência maior.
Naquele mesmo dia, duas outras bombas atingiam dois outros alvos igualmente emblemáticos: a Câmara Municipal do Rio de Janeiro e a redação do jornal "Luta Operária".
Era a tentativa desesperada de forças reacionárias dos porões do regime militar de barrar, por meio de ações terroristas, o processo de abertura política. Mas fracassaram.
A sociedade brasileira não se intimidou.
Pelo contrário: a morte de dona Lyda - única vítima fatal daqueles ataques - serviu-lhe de emblema e motivação. A imolação de uma inocente e zelosa funcionária, de 60 anos, redobrou a determinação da advocacia brasileira - e com ela a da sociedade civil -, tornando aquela luta irreversível e vitoriosa.
Na ocasião, o Conselho Federal - presidido por Eduardo Seabra Fagundes e tendo como vice Sepúlveda Pertence - declarou o 27 de agosto o Dia Nacional de Luto dos Advogados.
Nesta data, a cada ano, o Conselho Federal rende homenagem à memória de Lyda Monteiro da Silva, mártir da redemocratização, e renova o compromisso da advocacia brasileira no cumprimento da missão estatutária de zelar pelas instituições republicanas e defender os fundamentos do Estado democrático de Direito.