O presidente da OAB, Cezar Britto, sem a reforma política nada adiante
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, afirmou nesta terça-feira (17) que as vaias dirigidas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cerimônia de abertura dos jogos do Pan-Americano dão a clara impressão de que há um desalento da sociedade.
"A reforma política não saiu, há um grande espaço para a corrupção e um descontentamento em relação ao impasse no Senado Federal", elenca o presidente da OAB.
"Se você soma todos esses fatos vai concluir que a população está reagindo contra a essa situação de desesperança e começa a mandar esse recado não só ao presidente da República, mas a todas as autoridades brasileiras".
CDES
Ao participar no Palácio do Planalto da 22ª reunião do Pleno do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), do qual é conselheiro, Britto rechaçou a afirmação que tem sido divulgada por grupos aliados do presidente Lula, de que as vaias da última sexta-feira teriam sido uma ação orquestrada pela Prefeitura do Rio. Para Cezar Britto, não há possibilidade de se orquestrar uma multidão. "Foi uma vaia coletiva.
Não especificamente contra o presidente da República, mas a essa situação que está a desalentar o País", afirmou. "O Brasil está dizendo claramente: basta de corrupção, basta desses problemas no Senado e dizendo que tem que haver uma ampla e eficaz reforma política", acrescentou Britto.
O presidente da OAB ressalta que a reforma política, por ser "a mãe de todas as reformas", seria a melhor alternativa para driblar o descontentamento da sociedade em face desse estado de coisas.
"Se não tivermos essa reforma, vamos continuar convivendo com financiamentos de campanha que fazem da corrupção a melhor forma de convencimento do eleitor", explica.
"A população vive o momento de dizer: basta de impunidade no Brasil, basta de corrupção, basta de Senado parado e sem soluções". O presidente Lula também participou da 22ª Reunião do CDES.