Direito

OAB SE OPÕE A CRIAÇÃO DE MAIS 20 NOVOS CURSO DE DIREITO NO PAÍS

O presidente nacional da OAB, Cezar Beitto, enviou carta ao ministro da Educação
| 06/07/2007 às 23:47
   O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, encaminhou na última sexta-feira (06) ao ministro da Educação, Fernando Haddad, correspondência manifestando a perplexidade dos advogados brasileiros diante da autorização dada pelo MEC para que vinte novos cursos de Direito passem a funcionar em várias regiões do Brasil.

   A surpresa, segundo Cezar Britto, deu-se principalmente diante do fato de que o Conselho Federal da OAB, por meio de sua Comissão Nacional de Ensino Jurídico, emitiu parecer favorável a apenas uma dessas instituições, fato que causou "decepção para os advogados brasileiros, que ainda acreditam que somente critérios técnicos devem pautar as novas autorizações".

    Ao lembrar o ministro que, após as últimas vezes em que estiveram reunidos, o MEC baixou a portaria nº 147/2007-MEC visando a reduzir a margem de discricionariedade nas decisões administrativas para autorização de cursos de direito, Cezar Britto afirmou que torna-se imperioso conhecer o fundamento das decisões que autorizaram a criação dos vinte novos cursos pelo MEC.

   "Razão pela qual esta Instituição, com o apoio do art. 5º, incisos XXXIII e XXXIV, "b", da Constituição Federal, requer o fornecimento de fotocópia das decisões fundamentadas da CTAA e da SESu, que levaram o MEC a assim proceder, com o intuito de permitir uma análise mais aprofundada das deliberações e a adoção das medidas recursais (art. 33 do Decreto n. 5.773/2006) ou judiciais cabíveis".

A referida Comissão Técnica de Acompanhamento da Avaliação (CTAA) foi criada pelo ministro Haddad para examinar, em grau de recurso, os pedidos de autorização e reconhecimento de cursos para os quais o Conselho Nacional de Educação deu parecer positivo, mas a OAB emitiu parecer negativo.

   A OAB se opõe à abertura desproporcional de cursos jurídicos por entender que essa proliferação de cursos, muitas vezes destinados exclusivamente ao lucro e não à formação adequada dos estudantes, tem gerado bacharéis em Direito incapacitados para atuar na profissão.