O desembargador José Olegário Monção Caldas foi sorteado para ser o relator do agravo de instrumento interposto pela direção da Rádio Metrópole contra a decisão da juiza da 2ª Vara Civel de Salvador, Sílvia Lúcia Bonifácio Carvalho, que expediu uma liminar na última quarta-feira, 19, determinando que a Rádio Metrópole se abstenha de transmitir quaisquer críticas ao prefeito João Henrique (PMDB).

   Caberá, portanto, ao desembargador Olegário Caldas determinar o efeito suspensivo (ou não) da liminar expedida pela juiza, decisão que só deverá acontecer na segunda feira, 25.

   A direção da Metrópole impetrou, também, um mandado de segurança na 6ª Vara da Fazenda Pública contra a atitude do prefeito em retirar, através da Superintendência de Ordenamento do Uso do Solo (SUCOM), todos os outdoors da cidade que anunciavam o lançamento da Revista Metrópole; e mais uma ação indenizatória na 7ª Vara contra a administração pública e a empresa Linhares, responsável pelo espaço dos outdoors.

   REPERCUSSÃO

   A censura a Rádio Metrópole e outros veículos de propriedade do radialista Mário Kértész (Revista Metrópole, blog de MK, site da Metrópole) causou grande repercussão na Bahia e em alguns segmentos do país, e estaria abalando, no plano político, a decisão do PT em se manter no governo João Henrique ou dele se afastar, definitivamente.

   Na edição desta sexta-feira, 22, o chargista Simanca, de A Tarde, faz analogia entre o ditador e presidente da Venezuela, Hugo Chávez (vestido de Chavez, o humorista mexicano) e João Henrique (fantasiado de Chapolin Colorado, outro personagem do programa de Chavez), ambos protagonistas de censuras à imprensa e a liberdade de expressão.