Cultura

VOCÊ SABIA QUE NILÓPOLIS (DA BEIJA FLOR) É A CIDADE DE NILO PEÇANHA?

Matéria da Brava Baixada, por Isabelle Brenda
Brava Baixada , Salvador | 05/03/2025 às 18:33
Ex-presidente Nilo Peçanha foi o grande benfeitor de Nilópolis
Foto: Brava Baixada
  (Por Isabelle Brenda) Nilópolis significa Cidade do Nilo. O nome da cidade foi dado em homenagem ao ex-presidente da república Nilo Peçanha. Quer saber a relação desse importante personagem da nossa história e da menor cidade da Baixada Fluminense? Vamos nessa!

Nascido em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, em 2 de outubro de 1867, Nilo Peçanha era filho do padeiro Sebastião de Sousa Peçanha e de Joaquina Anália de Sá Freire, que descendia de uma família importante na política do norte do estado. Viveu seus primeiros anos em um sítio no atual distrito de Morro do Coco e depois se mudou para a capital Rio de Janeiro para estudar.

Nilo Peçanha começou a se envolver com política em 1880 quando participou de campanhas abolicionistas e da fundação do Partido Republicano Fluminense. Foi eleito para participar da Assembleia Constituinte em 1890 e assinou a primeira constituição republicana quando tinha apenas 23 anos. Desde então, foi eleito senador e presidente do estado do Rio de Janeiro (o que seria uma espécie de governador nos dias atuais).

Com a morte de Afonso Pena em 1909, Nilo Peçanha assume a presidência do Brasil, em um contexto de agitação política e disputas entre as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais. Nilo Peçanha é descrito por muitos historiadores como primeiro presidente negro do Brasil. Durante o seu governo foi criado o Serviço de Proteção aos Índios (SPI), que depois deu lugar à Funai. Peçanha ainda se candidatou à presidência em 1921, mas não ganhou. Morreu em 1924, quando ocupava uma cadeira no Senado. 

Os jornais do início do século XX anunciavam a venda de lotes nas terras que se tornariam Nilópolis, que poderiam ser pagos em suaves prestações. Um destes anúncios chamou a atenção do Coronel Júlio de Abreu que veio conhecer a cidade e resolveu comprar vários lotes. Como estava empolgado com o local, trouxe importantes amigos, objetivando erguer uma cidade promissora. O marco de fundação da cidade de Nilópolis foi a construção de uma casa pelo Coronel, a primeira da cidade, em homenagem à sua esposa, no dia 06 de setembro de 1914.

A casa foi inaugurada com uma grande festividade com a presença de comerciantes, banqueiros e políticos ligados ao Rio de Janeiro. No mesmo local, o coronel fundou o “Bloco Progresso de Nilópolis” e Nilo Peçanha era o presidente de honra.

Os responsáveis pelo Bloco Progresso de Nilópolis, encabeçados pelo Coronel Júlio de Abreu, com a ajuda dos amigos políticos importantes do Rio de Janeiro e São Paulo, e tendo como presidente de honra Nilo Peçanha, trouxeram o serviço de abastecimento de água potável, igrejas, comércio, imprensa, pontes, ligando o lugarejo as terras de Anchieta; a primeira escola municipal e estadual e até um recenseamento que registrou nas terras o número de habitantes (5.183) e residências (1.352).

A partir de 01 de janeiro de 1921 o lugarejo deixa de se chamar Engenheiro Neiva e passa a se chamar Nilópolis: uma clara homenagem do povo ao presidente Nilo Peçanha, que era muito querido pela população da região pelos benefícios que trouxe ao Brasil durante seu governo de 1909 a 1910. Uma feliz coincidência histórica é que Nilo Peçanha, criador do Serviço Nacional de Proteção ao Índio beneficiou uma cidade inicialmente habitada por índios Jacutingas.