Cultura

LISBOA, CAP 19: RESTAURANTE CAIS DA PREGUIÇA, BACALHAU APENAS REGULAR

Para recompor as forças após a jornada em São Vicente de Fora, no monastério e igreja, e na Feira da Ladra
Tasso Franco , Lisboa | 29/06/2022 às 05:02
Bacalhau
Foto: BJÁ

Depois de uma jornada para bravos uma vez que começamos o roteiro na Feira da Ladra, a histórica feira de rua de Lisboa com 750 anos de existência, hoje, situada nos arredores da Igreja e Mosteiro de São Vicente de Fora, na Freguesia de São Vicente, e percorrer as tendas e quiosques com milhares de mercadorias de segunda mão, de licoreiras de cristal a binóculos, bolachões de vinil, óculos, porcelanas, roupas, tênis, sapatos e outros ainda tivemos - yo, la señora Bião de Jesus e minha neta Luna Rosa - fôlego para conhecer a igreja e o monastério.

  Só para atingir a torre do monastério e ter-se uma visão privilegiadíssima do rio Tejo em sua chegada a Lisboa vindo das terras da Espanha sobe-se e desce-se 210 degraus. Haja fôlego. 

   E, como sabes, Dom Franquito é do tempo do imperador Pedro II e não tem mais a agilidade de um Cristiano Ronaldo nas pernas. Mas, encarou numa boa, observando o que a doutora Lia Mara dizia: - Concentre suas forças na respiração de acordo com o ritmo dos seus pulmões.

  O monastério é simplesmente fantástico e tem-se uma ideia de como viviam os monges neste lugar a partir do século XVI, as fontes d'água, os corredores gelados, o aquecimento e a clausura.

  Ademais, uma jovem que apelidei de perna de ema puxou o ritmo ladeira abaixo até o Campo das Cebolas, nas proximidades do Museu do Fado, que até la señora Bião, acostumada ao ritmo forte do seu personal trianer, reclamou. A sorte nossa é que, ao chegarmos na rua dos Bacalhoeiros encontramos um restaurante que precisavamos intitulado "O Cais da Preguiça".

  Ora, pois, estacionamos exauridos, minha neta a curtir com a nossa falta de preparo físico, ela a dizer que estava se sentido ótima e solicitamos logo ao garçom água, batatas fritas e pastéis de bacalhau. 

  Era preciso recompor as forças, respirar fundo e só então pedirmos o tinto Monte Velho um aragonês do Alentejo cor rubi intensa, com sabor rico em fruta madura e suave estrutura de taninos - o aroma remete a frutos vermelhos - a provadora oficial a aprovar e nosotros a esperar seu beneplácito.

  As coisas começaram a melhorar. O final da tarde ia chegando o vento frio que soprava do Tejo na altura do cais do Sodré de amarração dos Cruzeiros obrigou-nos a uma acomodação ao lado de um foguinho e o Monte Velho desceu bem temperado com os bolinhos de bacalhau que, em Portugal, são chamados de pastéis.

  O nome pouco importa. Importante é o sabor e os pastéis do Cais estavam deliciosos, crocantes, macios por dentro, gosto integral do bacalhau o que combinava em cheio com o Monte Velho.

  Ficamos a papear e a azarar as pessoas que passavam pra lá e pra cá na Bacalhoeiros, rua que concentra um monte de restaurantes.

  De principal, minha neta já empanturrada de batatas fritas um dos seus petiscos prediletos solicitou um bife júnior de carne de vaca e o casal 20 bacalhau a lagareiro e ao Braz. Diria que o lagaeiro servido à senõra Bião estava com melhor sabor do que o a mim servido, ao Braz, não dos melhores que já comi. Apenas agradável.

  Restabelecidas as forças seguimos adiante até a Praça dom Luis I para o Lisbon Apartments Building, ao lado do Mercado da Ribeira, e minha neta ao passar pelos arcos do Tribunal de Justiça na praça do Comércio disse que era um bom local para patinar. E ainda queria ir até a zona Rosa dar uma paquerada.

  É coisa que o véi vê e ouve. 

  "O Cais da Preguiça" - o que nos interessa em comentário da Boa Mesa tem ótimo atendimento, pero comida apenas regular.

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Cais da Preguiça - Rua dos Bacalhoeiros, 4C -Lisboa, Portugal

Pastel de bacalhau 1.95 euro (unidade) - Monte Velho 14.50 euros

Lagareiro 11.50 euros - Braz 11.50 euros - Bife Júnior 9,50 euros

Batata frita 3.50 euros - Água 2.90 euros

*** Crônica original publicada em janeiro de 2022