Órgãos públicos precisam promover um encontro e debater a questão da violência no município
Tasso Franco , da redação em Salvador |
18/12/2017 às 11:45
Foto do Facebbok de Daiane
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Nunca na história de Serrinha, município dos mais antigos do Estado com mais de 300 anos de sua fundação desde os primórdios do final do século XVII até os dias atuais, passando de povoado a arraial, depois vila e cidade, hove uma tragédia que abalasse a população local como o crime que resultou na morte da jovem Daiane Reis, 25, grávida a dar luz nesta segunda-feira, ato praticado - segundo a Policia - por seu esposo Adilson Prado Lima Jr, também de 25 anos.
Integrantes da classe média emergente da cidade, filhos de país ourives e dono de restaurante, bastante conhecidos na comunidade - pais estimados, queridos - se veem diante de um crime hediondo, bárbaro, chocante porque praticado contra uma grávida de 8 para 9 meses prestes a conceber um filho. Femicidio duplo. Duas vidas aniquiladas para sempre e outros tantas destroçadas porque atingem duas familias.
O caso levou à emoção policiais e legistas. Não foi fácil realizar uma autópsia nessas condições com um bebê encaixado para vir ao mundo. Algumas pessoas foram às lágrimas.
A população local está paralisada, anestesiada, como a procura de uma explicação para o que houve. Pais de outros filhos e filhas perplexos. A cidade precisa de mobilizar, urgente, para um encontro fraterno, algo que posso amenizar essa dor. A Prefeitura precisa pensar nisso através dos seus órgãos relacionados à integração comunitária. Ou mesmo o governo do Estado. O choque é muito forte e algo necessita ser feito.
Serrinha sempre foi uma cidade de paz. O município, nos últimos anos, enfrenta - como de resto parte da Bahia - do avanço das drogas e do crime organizados. Neste 2017, mais de 20 jovens foram assassinados diante dessa nova realidade. Recentemente, um deles, morreu na localidade de Sorocaba. Tinha apenas 18 anos de idade. O outro, o assassino, 23 anos de idade.
É isso. Diante de um choque dessa natureza a cidade necessita erguer a bandeira da paz. (TF)