Cultura

MARGARETH DIZ: MOVIMENTO AFROPOPBRASILEIRO É TER RAIZ E MISTURAR TUDO

A luta de Margareth para dar vida do Movimento Afropobrasileiro
| 03/02/2007 às 11:45
Em mais um lance de marketing para dar vida ao Movimento Afropopbrasileiro a Central de Produção e a Darana Comunicação Empresarial publicaram um encarte publicitário em A Tarde com título manchete "Todo Brasileiro é Afropop".
Como peça de marketion até vale, mas, entender que todo brasileiro é afropop é desconhecer a realidade do país, em especial, os movimentos de sua cultura popular.
No editorial da publicação a cantora Margareth Menezes, a idealizadora e impulsionadora do projeto, confunde alhos com bugalhos e diz o "Movimento Afropopbrasileiro, que mais que uma simples união de blocos afros da Bahia, é um movimento de integração, que traduz nossa urbanidade, pois somos contemporâneos (sic)". E conclui: "Ser Afropopbrasileiro é ter raiz e ser atual ao mesmo tempo, é misturar tudo".
Com esse pensamento à la Gilberto Gil, a cantora destaca que "é necessário conquistarmos um espaço de visibilidade capaz de atrair olhares do Brasil e mostrar que mais que simples manifestações folclóricas para "turista ver", é nos blocos afros que encontramos a fonte de renovação, do comportamento ritmico e da preservação da cultura negra da Bahia".
Óbvio, que nem tanto. A cultura negra está disseminada em outros movimentos, especialmente no candomblé e também nas manifestações artísticas independentes do Carnaval e dos blocos afro. A Omi Dudu faz um bom trabalho fora circuito da folia o mesmo acontecendo com o Bando Olodum de Teatro e Oficinas de Artes do Axé.
De toda sorte o Movimento Afropopbrasileiro capitaneado por Margareth é uma proposta bastante interessante, abrangente demais se for visto no plano nacional, mas, quem não tem ambições desse porte não avança.
No final do seu editorial Margareth peca ao afirmar que o movimento fez um dos mais imporantes encontros da cultura negra "no espaço mais nobre da arte em Salvador, o Teatro Castro Alves". O TCA não é um espaço nobre de arte, até porque a nobreza baiana já não existe a centúrias. O TCA é um teatro estatal que contribui para o desenvolvimento das manifestações culturais.
Integram o Movimento Afropo as entidades Gandhy, Ilê Aiyê, Malê, Olodum, Muzenza e Cortejo Afro.
BELEZA NEGRA
Vai ser hoje, à noite, o concurso da escolha da rainha do bloco Ilê Aiyê para o Carnaval 2007.