Direito

ADVOGADA DEFESA PÉDE SOLTURA DE DANIEL ALVES POR SEXO CONSENSUAL

Veja o que disse o ex-craque do Barcelona em seu depoimento (Com El Periódico, informações)
Tasso Franco , Salvador | 07/02/2024 às 18:27
Daniel Alves - agora aguardará a sentenção
Foto: Alberto Esteves
  O julgamento contra Daniel Alves, no TJ Barcelona, foi ouvido para sentença e à custa antes de o tribunal decidir sobre o último pedido de liberdade provisória da defesa enquanto se aguarda a resolução do caso. O tribunal não resolverá este pedido hoje e é dado um prazo, que pode ser de dias, para responder ao pedido de libertação imediata.

A defesa propõe que sejam adotadas medidas como retirada de passaportes e comparecimentos semanais à Justiça. O Ministério Público e o Ministério Público privado defendem que a prisão preventiva deve continuar. O procurador considera que ainda há risco de fuga e um “patrimônio líquido muito elevado”, já que é um dos “melhores jogadores da história”. Ele ressalta ainda que o Brasil não tem acordo de extradição com a Espanha caso ele vá parar neste país.
As circunstâncias atenuantes solicitadas pela defesa

“Essa defesa mantém a versão contumaz do senhor Alves de que as relações sexuais foram consensuais”, explica o advogado. Acrescenta que existem circunstâncias atenuantes para a reparação dos danos, a violação de direitos fundamentais e a defesa altamente qualificada da intoxicação alcoólica, caso o tribunal considere Alves culpado.

A câmera Mossos

Ele destaca que a câmera corporal Mosso revela a “estratégia”, já que a amiga da vítima explicou que seria advogada do denunciante e compareceria ao procedimento. “Estamos perante um discurso distorcido e erudito”, explica a advogada sobre a versão da vítima e dos seus amigos, que acrescenta que incorreram em “contradições” e a sua história “não está de acordo com a verdade”.
Defesa de Alves

“O relato da vítima não atende aos requisitos da jurisprudência, não tem corroboração nas provas, é contrário às provas videográficas e médicas”, explica o advogado de Alves, que lamenta o “não me lembro” dos amigos do vítima. “Era evidente uma estratégia para evitar incorrer em contradições.”

Estresse pós-traumático

A acusação particular termina lembrando que a vítima sofre de síndrome de stress pós-traumático moderado-grave, que considera “grave”. É a vez da defesa de Alves. O julgamento terminará nesta quarta-feira. Inés Guardiola, advogada de Alves, começa por pedir a absolvição do seu cliente.

A humilhação

“É um ato de humilhação”, explica o advogado que Alves teria cometido em relação à vítima no banheiro. Acrescenta que existem inúmeras provas contra o arguido neste julgamento e exemplifica isso nas impressões digitais de Alves encontradas na sanita “que nem sequer coincidem com a versão” do arguido, já que há mais da vítima.

O antes e depois dos acontecimentos

“Fiquei feliz, tive uma vida plena, denunciei infelizmente”, disse a vítima segundo seu advogado. “Não faz sentido questionar o nosso cliente sobre elementos periféricos que nada têm a ver com o núcleo central da agressão sexual”, explica a advogada. Por isso, destaca que a denúncia de violação “tem sido persistente ao longo de todo o procedimento” e recorda que um agente que se dirigiu a Sutton afirmou que o queixoso “estava em estado de choque” e “num péssimo estado emocional”, bem como como "com um ataque de ansiedade". “É impossível para uma vítima de agressão sexual lembrar-se de tudo o que aconteceu em uma sequência minuciosa 30 minutos depois de sofrê-la”, explica a advogada.

A acusação privada

O promotor termina e começa o depoimento da advogada Ester García, que indica que a vítima “passou por momentos muito difíceis” para chegar a este julgamento. “Desde o início, na mesma boate, ele teve uma história espontânea. Na boate ele não conseguiu entrar em detalhes sobre a agressão sexual que sofreu, pois chorava e dizia ‘ele me machucou muito’, conforme indicado por seu primo e seu amigo. ".

DEPOIENTO DE DANIEL ALVES

O acusado explicou que quando descobriu que era acusado de agressão sexual “o mundo desabou sobre ele”. “Fiquei praticamente arruinado porque todos os meus contratos de publicidade tinham sido bloqueados…”, Alves voltou a chorar e depois explicou que tinha duas contas em Espanha, uma dívida com o Tesouro de meio milhão de euros e no Brasil embargou contas.

 O acusado começou a chorar em determinado momento do depoimento. Ele explicou que a versão que deu aqui é a mesma que deu na sua segunda declaração. Ele afirma que tomou conhecimento da denúncia por meio da imprensa e por isso emitiu comunicado. Foi nesse momento de seu depoimento que ele interrompeu a história, visivelmente emocionado, e começou a chorar.

“Eu não sou um homem violento”

Alves negou ter insultado a vítima. “Não sou esse tipo de homem, não sou um homem violento”, disse a arguida, que sublinhou não ter dito em nenhum momento que não queria e que ele a impediu de sair da casa de banho: “Estávamos os dois curtindo lá, é isso.", nada mais", disse ele. Alves afirmou que não voltou a ver o denunciante após sair do banheiro. Ele explicou que por ter bebido demais o amigo o levou para casa e que quando ele chegou sua esposa estava dormindo e ele dormiu com ela.

Alves e o momento no banheiro

Durante o interrogatório, Alves também reproduziu com gestos a felação que afirma que o denunciante lhe fez e a posição em que se encontrava na casa de banho. Segundo Alves, primeiro houve felação e depois ela sentou-se em cima dele e saiu. o corpo dela. Acrescentou que "saí primeiro", pois não queria que nos vissem saindo juntos do banheiro. Alves garantiu que não viu a denunciante apoiada na pia em nenhum momento e negou ter batido nela, ou que ele a jogou na pia.