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Zé de Jesus Barrêto

PALMEIRAS VENCE NA ESTREIA E QUEBRA INVENCIBILIDADE LEÃO NO BARRADÃO

Em partida equilibrada, Vitória perdeu mas torcedores aplaudiram o time
15/04/2024 às 12:43

  Bonito ver a torcida inteira acompanhando, incentivando todo tempo e aplaudindo de pé a equipe no final, mesmo com a derrota (0 x 1 Palmeiras) na estreia do Brasileirão Série A, mesmo com a quebra da invencibilidade de 23 jogos sem derrota em casa. Um exemplo de paixão pelas cores, de cumplicidade.

  Foi uma partida pegada, travada, difícil e igual. O Palmeiras, com uma equipe bem treinada, mesclada, cheia de garotos foi mais feliz, fez um gol, mostrou maturidade para administrar e controlar o ímpeto adversário até o final. Triunfo merecido, claro, mas não faltou garra do lado rubro-negro, correu e tentou até o final, mas finalizou muito pouco. Venceu a equipe mais qualificada tecnicamente, prevaleceu o jogo coletivo.

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No Barradão

- Casa cheia (mais de 30 mil presentes), boca de noite domingueira limpa (29 graus), relvado bem cuidado, o retorno e estreia do Leão, Campeão Baiano, na Série A. O torcedor empolgado, levando fé. O Palmeiras, bicampeão brasileiro, com um mistão quente.

- Dorival Jr, treinador da Seleção Brasileira, presente, espiando.

- O Vitória com seu uniforme um, todo de vermelho e preto; o Palmeiras de branco, detalhes em verde.  

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Com bola rolando...

-  Marcação dura, muita disputa pelo meio-campo, estudos, equilíbrio. Até os 15’, nenhum lance de área, de perigo.  Aos 17’, primeiro chute a gol, de R. Veiga, da entrada da área, por baixo, boa defesa de Lucas Arcanjo. Aos 18’, a resposta, com Alerrandro dividindo com Wéverton, o goleiro prevaleceu.

- Gol! 1 x 0 Palmeiras. Richard Rios, aos 21 min, completando de frente uma linha de passe do ataque paulista.

 Aos 32’, saiu o meia Dudu, machucado no joelho, entrou o lépido atacante Matheus Gonçalves – mudanças no jeito de jogar da equipe com essa mudança, ofensiva. E o Leão foi pra cima do Porco, na pressão das arquibancadas. Aos 46’, em boa arrancada de Matheus Gonçalves, pela esquerda, quase Osvaldo empatou, rachando com Wéverton na pequena área.

   O Leão encarou o campeão paulista, terminou pressionando, buscando o empate; o Palmeiras foi mais competente e numa boa trama coletiva fez o placar, 1 x 0. Uma primeira etapa muito mais brigada, no corpo-a-corpo, do que bem jogada. Rodrigo Andrade, senhor do meio campo.

 

Segundo tempo – Recomeço, um Palmeiras sem pressa, cozinhando, e o Vitória pondo ritmo, atacando, na pressão da torcida.  Até os 15 min e nada aconteceu. Abel, sentindo o crescimento do adversário, trocou dois garotos / Endrick e Estevão saíram, entraram Lázaro e Luis Guilherme.  Jogo franco, aberto. O rubro-negro mais propositivo.

  - Por volta dos 20’, mais duas substituições de Abel – Fabinho e Flaco Lopes entraram no lugar de Richard Rios e Veiga. No Leão, Leo Condé mudou três – Luis Adriano, Jean Motta e Iury Castillo (saíram Alerrandro, Rodrigo Andrade e Osvaldo).

  Aos 24’, cabeçada de Lázaro, defesa de Lucas Arcanjo no rodapé. O Verdão paulista reequilibrou as ações, voltou a incomodar na frente também. Não era uma partida vistosa, mas continuava bem corrida, brigada e travada com faltas. A torcida incentivando, acreditando naquela virada, mas até os 30’ não incomodou o goleiro paulista. Aos 36’, após uma saída errada do goleiro Lucas Arcanjo, Rony ficou à vontade, gol aberto, mas demorou de decidir e Wagner Leonardo salvou, evitou o gol, mandando a escanteio. Aos 39’, Zeca arrancou, desbravou mas chutou fraco.

 - Ze Hugo, o talismã, em campo no lugar de Lucas Esteves, aos 40min; Leo Condé foi pro tudo ou nada, inteiro ao ataque. Aos 44’, quase G Menino ampliou.  O árbitro acrescentou 7 minutos. Abel tirou o avante Rony e pôs o zagueiro Naves, fechando a casinha atrás. Aos 48’, bomba de Lazaro, assustando o goleiro Lucas Arcanjo.     

 Deu Palmeiras, quebrada a invencibilidade do Leão na Toca (23 jogos). O torcedor aplaudiu a equipe no final, um exemplo de paixão.        

  

 Destaques

 - Richard Rios, o zagueiro Murilo, o goleiraço Wéverton, a meninada ...

    No Vitória, o zagueiraço Wagner Leonardo, Rodrigo Andrade, Zeca...  

 

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Ficha Técnica

- O Vitória treinado por Leo Condé: Lucas Arcanjo, Zeca, Camutanga, Lucas Esteves; Rodrigo Andrade, William, Dudu, Mateuzinho; Osvaldo e Alerrandro.

- O Palmeiras do gajo Abel Ferreira: Wéverton; Mayke ,Luan, Murilo e Vanderlan; Gabriel Menino,  Richard Ríos e Raphael Veiga; Estevão, Endrick e Rony. (Lázaro, Luiz Guilherme, Flaco Lopez, Naves, Fabinho)

- Arbitragem de Bráulio da Silva Machado/SC -  inseguro, ; VAR do Paraná.

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 Pela segunda rodada, o Vitória joga fora de casa contra o Cuiabá (data indefinida)

 E o Bahia recebe o Fluminense/RJ na Fonte Nova, terça-feira à noite (às 21h30)

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Outros jogos da 1ª rodada

- Internacional 2 x 1 Bahia; São Paulo 1 x 2 Fortaleza; Fluminense 2 x 2 Bragantino;

  Criciúma 1 x 1 Juventude; Corínthians 0 x 0 Atlético Mineiro; Vasco 2 x 1 Grêmio:

  Atlético/GO 1 x 2 Flamengo; Cruzeiro 3 x 2 Botafogo; Athlético/PR 4 x 0 Cuiabá.

 

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Curtinhas calientes:

- O Bahia virou time do virote, contra. Ceni tá se acostumando a justificar os gols que sua equipe tem levado nos finais de cada jogo, entregando. Tá virando hábito. Sempre gols oriundos de bolas paradas, levantadas na área tricolor, o goleirinho ‘sai num sai’, a zaga vacilona, a marcação frouxa na intermediária ...

 - Falta de treinamento, de condicionamento físico, de concentração, de competitividade ...  ou um elenco sem qualidade? A torcida, sempre à cata de culpados, repete em coro, como um mantra: Fora Ceni, fora Kanu!!!

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 - O jogador brasileiro cultua vícios bizarros. Qualquer encostadinha se atira no chão, aos berros, pedindo falta, simulando, e na maior cara de pau ainda pede cartão amarelo pro adversário, quer marcar, apitar o jogo.

 Isso é a cara do Brasil, o país do mimimi e dos sabidórios. Pior, os árbitros passam paninho, marcam, aceitam a pressão, são cercados, xingados, peitados e acatam, sem vergonha.

 - Entra ano, sai ano e nada muda. O VAR no Brasil é um instrumento mal usado, ou usado em função de interesses escusos ocultos. Tudo se chama o VAR ou o VAR chama por decidir, e passam linhas, esfregam, acomodam, até seis, oito minutos para se confirmar um gol, marcar um pênalti, definir uma expulsão. A cara do Brasil.

... eu cá com meus botões: ‘enquanto Ednaldo estiver na CBF ... nada muda’  

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- Quando a gente vê um jogo/espetáculo da Champions League na TV e vê outro pelas bandas de cá perguntamo-nos, perplexos: ‘trata-se do mesmo esporte?’    Até no futebol estamos décadas de atraso.

- Finda a primeira rodada do Brasileirão, uma constatação: as nossas arbitragens  continuam muito ruins, algumas constrangedoras (pra não dizer suspeitas).