Colunistas / Política
Tasso Franco

A POSIÇÃO secundária de Salvador no cenário nacional

A cidade perdeu o 'time' e está à reboque dos grandes centros
31/03/2016 às 09:09
  1. Salvador completa neste 29 de maço 467 desde a chegada da esquadra de Tomé de Souza até a instalação das primeiras habitações em palha da cidade fortaleza no chuvoso mês de maio de 1549. Lamentável, no entanto, que os primeiros 49 anos do povoamento e da Vila Velha do Pereira, onde se encontra o Porto da Barra tenham sido esquecidos pelo IGHB que só consederou-se como data base de fundação da cidade o 29 de março de 1549.

   2. Tem algum sentido porque o povoamento misto deu-se na aldeia dos franceses, no atual Rio Vermelho, e no povoado do Caramuru, na Barra, e a Capitania de Francisco Pereira Coutinho se chamava da Bahia, em 1534. Nesse periodo desde a descoberta da Baía de Todos os Santos, em 1501, não era sequer a cidade da Bahia. 

   3. Ainda assim, mesmo Caramuru (Diogo Álvares) morando na Barra a Prefeitura inaugurou uma praça com seu nome no Rio Vermelho, seguindo a lenda e não a história. Fazer o que? A rua mais velha da cidade, a dos Mercadores, hoje, Chile tem pouco mais de 100 anos quando a cidade completa 467.

   4. Salvador tem evoluido ao longo dos séculos, já chegou a ser a cidade mais importante da Sul América, perdeu a condição de capital da colônia em 1763 para o Rio de Janeiro e posições para o eixo Rio, SP, MG. Nunca mais se apromou. Ainda hoje é assim, a capital mais atrasada entre as grandes cidades do país, quer em transporte público, educação, saúde, tecnologia e outros. 

   5. Nos últimos anos, então, sua produção cultural de qualidade caiu bastante. Surgiu um movimento musical comercial e só, a axé música. O artistas plásticos mais importante da Bahia mora em Santo Antônio de Jesus.

   6. Sofre também com instáveis governos municipais e é só olhar o histórico de gestores como Heitor Dias, Fernando José, Lidice da Mata e João Henrique. No momento passa por uma nova fase, com ACM Neto, até o dia 31 de dezembro de 2016. Depois dele, ninguém saberá o que vai acontecer. Pode dar o sargento Isidório prefeito.

   7. Felizmente, também nos últimos anos, o governo do Estado petista voltou seu olhar para a capital e tem feito obras de mobilidade relevantes, a mais importante delas, a linha 2 do Metrô previsa para o ano eleitoral de 2018. Antes, os petistas eram contra o metrô. Hoje, fazem propaganda na televisão a todo momento mostrando a 'grande' obra.

   8. A cidade tem pouco a comemorar salvo obras de repaginação como a estação da Lapa, encostas, uma piscina olimpica, etc, nada relevante do ponto de vista da grande da cidade. Creio que a última obra relevante para a cidade foi o Cimatec, tem é tempo.