Colunistas / Política
Tasso Franco

SUCESSÃO 2014 NA BAHIA: Oposições querem unidade em torno de Geddel

Paulo Souto poderia sair candidato ao Senado
01/07/2013 às 11:15
1. Os protestos nas ruas do país trouxeram, também, um novo ânimo às oposições na Bahia no enfrentamento que acontecerá em outubro de 2014, na disputa à sucessão de Jaques Wagner (PT) entendendo-se que esse agrupamento político reúne PMDB/DEM/PSDB/PTN e ainda o PSC com apenas 14 deputados estaduais na Assembleia Legislativa contra uma ampla maioria da base governista de 39 deputados (PT/PCdoB/PDT/PSB/PP/PSL etc), 3 senadores, maioria dos federais, prefeitos, vereadores e da máquina estatal.

   2. Há, no momento, dois nomes pré-lançados como candidatos a governador, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PDB) e o ex-prefeito de Mata, João Gualberto (PSDB). Nas pesquisas aparece, ainda, citações ao nomes de ACM Neto (o líder) e Paulo Souto (quando Neto sai Souto pontua bem em cenário alternativo). Neto não será candidato a governador, salvo por referendo, o que é impossível de acontecer.

   3. O sonho das oposições é a unidade em torno de Geddel com apoio de Neto, Paulo Souto disputando a senatória e Gualberto compondo a vice. Mas, claro, isso vai depender da Reforma Política, das alianças que vão se fazer no plano nacional e assim por diante. Hoje, no entanto, o cenário aponta ACM Neto apoiando a candidatura Aécio Neves (PSDB) à presidência da República e, na Bahia, o apoio a Geddel. 

   4. Exceto, digamos, assim, se pesquisas preliminares apontassem Paulo Souto numa disparada de intenções de votos, o que não parece ser o caso, pois, Souto, não tem a cara dessa nova ordem que está nas ruas.

   5. Como será impossível com reforma política ou sem se mexer nas estruturas do poder municipal na Bahia, salvo movimentos que acontecerão nas grandes cidades, Geddel já tem um nome conhecido no estado (disputou a eleição de 2010 obtendo pouco mais de 1 milhão de votos), o partido de Marina não tem um nome visível que possa competir com expressividade (salvo melhor juizo), então, ao que tudo indica, o mais provável é que as oposições com Neto/Aécio embarquem na canoa de Geddel. 

   6. A questão é que Geddel não tem, também, a cara da nova ordem que está nas ruas do país. Em compensação, hoje, é o político que faz o contra-ponto com Wagner, bastante crítico com o que chama de "gestão inoperante" do governador, lenta, sem atender os anseios da população. Ao que se percebe, nas andanças que faz pelo interior e nas entrevistas a emissoras de rádio, seu mote preferencial é afirmar que Wagner não estaria cumprindo suas promessas de campanha e faz um governo fraco.

   7. Geddel diz que está muito otimista e revela ao BJÁ que sua situação melhorou muito nos estudos quantitativos e qualitativos que faz, enquanto a imagem de Wagner e do PT decaem. Admite, também, que dificilmente o candidato da base aliada poderá se utilizar daquela máxima muito usada nas duas últimas campanhas (governador 2010; e prefeito 2012), do chamado "Time de Lula/Dilma/Wagner). Haveria desgaste no time e certamente o PT vai procurar outro caminho. 

   8. Ainda está muito longe das eleições e as nuvens negras que atormentam Dilma/Lua, podem mudar de direção, ou pelo menos ficarem mais amenas, mudando-se a escalação para Lula/Dilma. Veja que na pesquisa DataFolha publicada hoje nos cenários A e B, Dilma tem respectivamente 30% e 29%, demarcando um segundo turno. Quando o time muda para Lula, cenários C e D, este tem 46% e 45% e leva no 1º turno.

   9. Há, ainda, uma personagem que aguarda o bater das águas nas rochas do mar para tomar uma posição sobre o pleito, a senadora Lidice da Mata, a politica melhor posicionada nas pesquisas da sucessão baiana, integrante da base de Wagner. Acontece que Lidice é do PSB, de Eduardo Campos, o qual, formata sua candidatura a presidente (Campos no melhor cenário tem 7% das intenções de votos) tentando se inserir na Nova Ordem no contra-ponto ao PT.

   10. Admitir a senadora Lidice como candidata de oposição aos anseios do projeto Wagner na Bahia entende-se pouco provável (ela foi eleita senadora na campanha de Wagner), mas, a política é muito dinâmica e Lidice já deu alguns sinais de que não serve apenas para apoiar o PT, mas, também para ser apoiada. Também não creio que Wagner vá apoiar Lidice rifando Rui Costa. Seria impensado para o PT.

   11. As oposições sonham com uma candidatura de Lidice na dissidência da base de Wagner. Dar-se-ia um racha e poderia ajudar o candidato da unidade (Geddel). Em tese, hoje, esses são os anseios das oposições