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Tasso Franco

PRIMEIROS MOVIMENTOS DA SUCESSÃO EM LAURO DE FREITAS

Três candidatos já foram lançados
11/08/2011 às 09:00
Foto: BJÁ
Chico Franco espalhou outdoors por toda Lauro com base em sua filiação ao PCdoB
   Quando da filiação de Chico Franco (PDT) no PCdoB e pré-lançamento de sua candidatura a prefeito de Lauro de Freitas, em 2012, festa política que aconteceu no início deste agosto com presenças do ministro dos Esportes, Orlando Silva, e dos cardeais deste partido na Bahia, deputados Daniel Almeida e Alice Portugal, a prefeita Moema Gramacho (PT), a qual é a principal eleitora no município e comanda uma coligação de vários partidos, afirmou que só analisará  nomes à disputa, no próximo ano.
    Isso não impede como aconteceram com Chico Franco e os vereadores Lula Maciel (PT) e Manoel Carlos dos Santos - Carlucho - (PSB), todos integrantes da base de apoio político da prefeita, de colocarem seus nomes em jogo.



    Até porque, há uma decisão partidária nacional do PCdoB e PSB de lançarem nomes nas cabeças de chapas nos municípios que tenham competitividade, tanto que Alice Portugal é candidata em Salvador (já anunciada) e Lídice da Mata, idem, (a senadora tem se movimentado nessa direção) e, portanto, independente da força política de Moema, dificilmente ela comandará o processo a ponto de colocar um cabeça de chapa do PT e manter esses partidos como forças auxiliares.



   A política e sua engenharia, conceituadas sabiamente por Sebastião Nery, são como as nuvens, se movimentam em todas as direções.

   E, salvo melhor juízo, mesmo com Moema bem avaliada politicamente, mas sofrendo alguns desgastes  próprios de segundo mandato e sem cumprir algumas promessas antigas, as nuvens apontam que a coligação que a sustenta no poder, com mais de 15 partidos e um vice-prefeito (João Oliveira), do PSDB, isso não se repetirá, em 2012.



   O próprio João Oliveira é uma incógnita. Querido no município, fiel a Moema até debaixo d'água para não molhar suas penas vermelhas de PT/tucano, poderia ser o nome escolhido se não fosse esse viés.

   Conceitualmente, para ser o candidato do projeto PT/Wagner/Lula/Dilma, João teria que ingressar no PT. E mesmo que o faça, como nunca foi testado nas urnas nesses últimos 8 anos, seria ingênuo acreditar que Chico Franco, 11 mil votos para deputado; Carlucho, 9 mil votos, isso nas últimas eleições legislativas passem esse "milharal" para João.



   Isso seria mais ou menos acreditar que ACM Neto, com mais de 130 mil votos na capital; e Antonio Imbassahy beirando os 100 mil votos passe essa montanha de sufrágios em apoio a Mário Kértész, provável candidato do PMDB, em nome da unidade. Se a política fosse assim, seria uma maravilha.



   Em tese, natos do PT, em Lauro, o partido conta com Lula Maciel (único vereador desta legenda na Câmara), Ápio Vinagre, secretário de governo e pioneiro nas urnas petistas no município, em 2000; e Lourdes Lobo, secretária da Assistência Social.

   Dos três aposta-se mais em Lula Maciel, por sua densidade eleitoral testada, mas, como Moema sempre fala na força da mulher, que não se descarte o nome de Lourdes, pelo menos "in-pectore".



   E a oposição como virá para a eleição?



   O nome (praticamente, o único) que se apresenta com alguma competitividade é o do vereador Márcio Araponga Paiva (PP), mais votado do município, e que tem uma estrutura partidária integrada ao deputado federal João Leão.

   Seria, em tese, herdeiro dos votos do ex-deputado e hoje secretário executivo do Ministério das Cidades, Roberto Muniz, derrotado por Moema na última eleição e preterido na disputa a deputado estadual diante do nome de Cacá Leão, filho de João, eleito para a Assembleia Legislativa.



   Acontece que a oposição a Moema é frágil. Cacá, recentemente, disse ao BJÁ que não iria pautar seu mandato por Lauro/Moema. Certo que assim seja, mas, não acompanha de perto e reage na ALBA aos protestos que se sucedem contra a administração da prefeita.

  Casos de falta de professores nas escolas, via única na Avenida Luiz Tarquinio prejudicando comerciantes, rodoviária na beira um rio em Vilas, alagamentos nas vias sempre que chove, ausências de passarelas na estrada do Coco e assim por diante.

  João, seu pai, está mais focado em Salvador, e
Moema, portanto, trafega em céu de brigadeiro.


  As oportunidades maiores para Araponga estariam na fragilidade do grupo comandado por Moema. Quanto mais candidatos a prefeito aparecerem, dentro da coligação e fora dela: Dau (PMDB); Acelino Freitas - Popó (PRB); Chico Franco (PCdoB); Carlucho (PSB); Antonio Rosalvo (PSDB), mais crescem suas chances. 

   Uma aliança Chico Franco/Carlucho não diria que seja fatal para o PT, mas, quase isso. E, claro, Márcio Araponga, como bom entendedor da política sabe que sozinho não vai a lugar algum. Tem que coligar.



   Essa coligação passa, portanto, pela decisão que o grupo de Moema tomar. Se ela conseguir manter o grupo unido em torno de uma chapa, como aconteceram com Moema/João (2004/2008), suas chances de fazer o (a) sucessor (a) são enormes. Caso contrário, a disputa será acirrada.



  Daí que, nessa engenharia política, Moema está correta quando diz que só se debruçará sobre nomes, em 2012, pois, nem quer acabar seu governo de forma antecipada e deseja ser vitoriosa.  



  Na política, paciência e conversas são coisas fundamentais. Além do que, um bom professor ela tem para se aconselhar no alto de Ondina.