Colunistas / Política
Tasso Franco

MOVIMENTOS PAREDISTAS AFETAM IMAGEM DO GOVERNO WAGNER

Greves atingem povo e classe média
05/05/2011 às 09:03
O casamento do governador Wagner com a população baiana ainda está sólido, firme, sustentando nos mais de 4 milhões de votos que obteve em sua reeleição. Mas, não custa lembrar casos e casos de politicos que eram muito populares e por circunstâncias diversas sofreram desgates ao longo do tempo e perderam espaços. Alguns viraram pó, como Jânio Quadros. E, aqui na Bahia, temos o sempre lembrado ACM, o qual parecia imbatível.

   Pois, dito assim, à luz dos primeiros meses do segundo mandato do governo Wagner, há sinais no ar não perceptíveis no primeiro mandato, que poderão provocar um desgaste à imagem do governador, apesar de toda sua reconhecida habilidade política. 

   Digo isto porque, ao contrário da sua primeira gestão, quando o foco principal de possíveis perdas da imagem do governo se situou na segurança pública, um tanto quanto, impessoal; agora, vê-se temas mais sintonizados diretamente com a população, que mexem com o bolso e o bem-estar.

   E isso, em política, é preocupante. A segurança é aquele espectro que atinge diretamente o cidadão, um fastasma, uma ameaça, porém, pode acontecer ou não. De repente, um camarada vive 30/50 anos sem nunca ter sido assaltado à mão armada. Ou seja, essa é uma tendência que pode acontecer a qualquer um (de ser assaltado), mas, nunca aconteceu e o sujeito vai levando a vida.

   Em 2011, assuntos que atingem diretamente os cidadãos da classe média e a população mais pobre rondam o governo e sua sustentabilidade popular, tais como, a disseminação dos pedágios nas estradas, a greve de alunos e professores nas universidades estaduais, a greve dos profissionais de saúde incluindo médicos, a falência do sistema ferry-boat sem palavras de esperança, indefinições de obras para a capital e assim por diante.

   São assuntos, portanto, que têm uma ligação direta com a população, diferentes dos genérios melhoria da qualidade do ensino e mais suportes à segurança, e que atingem diretamente a imagem do governador. Quem foi à semana santa no interior utilizando a BR-324 sabe que, milhares de baianos, de Salvador a Feira de Santana, num engarrafamento de 70 km nunca visto na Bahia xingaram Wagner/Dilma durante horas.

   Então, junta dalí; junta daqui gente sofrendo nos corredores dos hospitais, gente sofrendo na fila do ferry, gente com filhos sem aulas nas universidades, gente pagando pedágios e pedágios, aumento de água acima da inflação, aumento de luz acima da inflação, carne para o pessoal do MST, gasolina mais cara, claro, acaba sobrando para a imagem do governo, por tabela atingindo Wagner.

   Ainda é cedo para se fazer uma avaliação do que poderá acontecer, até porque a eleição tem pouco tempo, ainda bebe-se champagne da vitória, mas, o povo, que tem uma sabedoria toda especial está de olho em todos esses movimentos. E aí inclua no povo a nova classe média (C), a classe média tradicional, e posso assegurar que tem muita gente reclamando.